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Como mulheres estão transformando padrões de consumo e comportamento na China

Mulheres
Fonte da imagem: Mix and Match Studio/ Adobe Stock

Com a modernização do país, a China passou por uma série de transformações sociais e econômicas que abriram portas para as mulheres em diversos setores. Uma das principais mudanças foi a expansão da educação e do acesso ao mercado de trabalho, que permitiu que mais mulheres buscassem carreiras profissionais e independência financeira.

Essa maior autonomia econômica também reflete em suas escolhas pessoais, em uma alteração na dinâmica familiar, que possibilitou que as mulheres chinesas adiassem o casamento e a maternidade, se concentrando em seus objetivos pessoais e profissionais de maneira independente. Esses fatores refletem no fenômeno global da “economia feminina”, que mostra como as mulheres estão se preocupando mais com o seu próprio bem-estar e desenvolvimento pessoal, redefinindo os seus papéis na sociedade e buscando mais liberdade e felicidade para si mesmas.

No entanto, elas também enfrentam desafios e preconceitos, como a discriminação no trabalho, a pressão social e familiar para se casar e ter filhos, e o estigma de serem chamadas de “sheng nu”, termo usado para se referir às mulheres que permanecem solteiras após os 27 anos. Esses fatores podem limitar as suas oportunidades e afetar a sua autoestima.

Para lidar com essas dificuldades, elas estão investindo mais na saúde, com um crescimento médio anual de 20% nos gastos com produtos de saúde, sendo que as mulheres gastam 63% a mais do que os homens nessa área. Além da saúde física, as mulheres chinesas estão cuidando mais da saúde mental, com um aumento expressivo na procura por serviços de gestão emocional pessoal, aconselhamento psicológico no trabalho e aconselhamento matrimonial.

Transformações sociais e a “economia feminina”

Um relatório recente divulgado pela consultoria Daxue Consulting, investigou os padrões de consumo das mulheres chinesas e apontou oportunidades na chamada “economia feminina”. O relatório enfatiza o papel central que as mulheres têm nas decisões de compra das famílias, sendo responsáveis por 86% das compras domésticas e contribuindo com 41% para o PIB do país. Além disso, elas também estão desafiando os estereótipos de gênero na aquisição de bens como casas e carros, além de mostrarem preferências de risco similares às dos homens na gestão financeira, contrariando o mito de que o gênero influencia o comportamento do consumidor nesse setor.

As mulheres chinesas estão aproveitando as oportunidades oferecidas pelo desenvolvimento econômico e social do país, transformando a sua realidade e influenciando o comportamento de outras pessoas. Com um poder econômico crescente, elas se tornaram um grupo demográfico de extrema importância para as empresas e marcas. Seus padrões de consumo e tendências estão evoluindo, com um foco crescente em produtos de qualidade, sustentáveis ​​e que estão alinhados com seus valores pessoais. Essas escolhas de consumo não refletem apenas as aspirações das mulheres chinesas, mas também influenciam as tendências de mercado e incentivam a inovação.

Outro fator relevante é o impacto que as mulheres chinesas têm nas redes sociais da China. Com uma presença significativa em plataformas como Weibo, WeChat e Douyin, elas compartilham suas opiniões, experiências e recomendações. Isso não apenas cria comunidades de apoio, mas também gera confiança e recompensa entre seus seguidores. Muitas mulheres chinesas são influenciadas por digitais influencers e líderes de opinião, cumprindo um papel de importância na formação de tendências culturais e comportamentais.

Créditos: China2Brazil
Imagem principal: Mix and Match Studio/ Adobe Stock