A rede chinesa de cafeterias, Luckin Coffee, anunciou ações para promover o café brasileiro na China e intensificou os acordos com fornecedores do Brasil. No início de maio, a marca inaugurou uma loja com tema de café brasileiro em Pequim e divulgou seus planos de abrir mais 30 em todo o país.
Além da loja temática, a Luckin Coffee inaugurou o Museu do Café Luckin Brasil em Kunshan, província de Jiangsu, no leste do país, como parte da estratégia de valorização do café brasileiro na China. A empresa fechou um contrato para comprar 240 mil toneladas do grão entre 2025 e 2029, em uma operação estimada em cerca de US$2,5 bilhões.
A iniciativa integra uma série de ações comerciais entre Brasil e China iniciadas em 2023, com apoio do programa Exporta Mais Brasil, da ApexBrasil. Em Cacoal (RO), representantes da Luckin Coffee fecharam negócios para a compra de 4 mil sacas de café da Amazônia durante um único evento. Após esse primeiro contato, a empresa assinou um acordo para adquirir até 120 mil toneladas em 2024, com valor estimado em US$500 milhões.
Durante as negociações, autoridades brasileiras participaram ativamente das tratativas. Em junho de 2024, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, estiveram na China para formalizar o acordo. Em agosto, executivos da Luckin visitaram a sede da ApexBrasil em Brasília para aprofundar a parceria. Em novembro, Viana retribuiu a visita e conheceu a estrutura da empresa na cidade de Kunshan.
Nova fase dos investimentos chineses tem o Brasil como prioridade
A movimentação da Luckin Coffee se encaixa num fluxo mais amplo de investimento chinês que voltou a ganhar força em 2025. Em maio, durante visita oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um pacote de R$27 bilhões em aportes de empresas chinesas em diversos setores no Brasil, que incluiu a assinatura de novos compromissos entre a ApexBrasil e a Luckin Coffee, com foco na divulgação do café brasileiro no mercado chinês.