Na conferência de imprensa realizada em 13 de janeiro pelo Escritório de Informação do Conselho de Estado, a Administração Geral das Alfândegas da China apresentou o balanço das importações e exportações de bens comerciais do país em 2024. Questionado sobre a fraca performance das importações na segunda metade do ano passado, o diretor do Departamento de Análise Estatística da Administração, Lv Daliang, explicou que o desempenho foi influenciado por diversos fatores, incluindo queda nos preços de commodities internacionais e restrições comerciais externas.
Segundo Lv, o recuo nos preços de commodities como petróleo bruto e minério de ferro — com quedas de 9% e 16,7%, respectivamente — teve impacto direto na desaceleração das importações. Além disso, decisões políticas de outros países que restringiram exportações para a China também influenciaram negativamente. Ele ressaltou que, caso essas restrições não tivessem ocorrido, as importações poderiam ter registrado um crescimento maior.
Apesar desses desafios, Lv mostrou otimismo em relação às perspectivas para 2025, apontando que o mercado interno diversificado da China e as políticas de estímulo às importações devem impulsionar o crescimento. “Até 2030, apenas as importações acumuladas dos países em desenvolvimento poderão ultrapassar US$ 8 trilhões”, destacou, enfatizando que a China continuará expandindo sua abertura econômica.
Exportações atingem marco histórico
Em 2024, a China registrou um recorde histórico em exportações, superando pela primeira vez a marca de RMB 25 trilhões, alcançando RMB 25,45 trilhões — um crescimento de 7,1% em relação ao ano anterior. Este desempenho mantém a trajetória de crescimento das exportações pelo oitavo ano consecutivo.
Questionado sobre o recente aumento no ritmo das exportações, Lv atribuiu o crescimento de 9,2% no quarto trimestre a uma combinação de fatores. Entre eles, destacou o impacto positivo de políticas econômicas incrementais anunciadas em setembro pelo Politburo do Partido Comunista da China, que fortaleceram o suporte ao comércio exterior.
Ele também apontou que eventos pontuais, como ajustes no cronograma de embarcações após tufões e mudanças nas datas do Ano Novo Chinês, contribuíram para perturbações no ritmo normal das operações comerciais. Adicionalmente, preocupações com o aumento do protecionismo comercial por parte dos Estados Unidos levaram empresas a antecipar exportações, amplificando o desempenho no último trimestre.
Fonte: Shanghai Observer
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