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China desvenda mistério cósmico que deixa cientistas fascinados

Mistério cósmico

Cientistas chineses realizaram uma descoberta notável no campo da astronomia. Utilizando o Radiotelescópio Esférico de Abertura de Quinhentos Metros (FAST, na sigla inglesa), o maior radiotelescópio de sua categoria no mundo, eles identificaram algo completamente novo: “dwarf pulses” vindos de um pulsar brilhante.

Sob a liderança de Han Jinlin, um pesquisador do Observatório Astronômico Nacional da Academia Chinesa de Ciências (NAOC, na inglesa), a equipe embarcou em uma investigação profunda sobre esses pulsares e a física enigmática associada à sua magnetosfera. O resultado desse empenho foi publicado recentemente na renomada revista científica Nature Astronomy, no dia 17 de agosto.

Os pulsares, conhecidos por emitirem sinais de rádio de forma periódica, trouxeram à tona um fenômeno intrigante: a extinção de seus pulsos em alguns momentos. Essa interrupção na emissão, chamada de “extinção do pulso”, sempre foi um enigma, visto que as condições físicas da magnetosfera do pulsar durante esse período são praticamente inacessíveis à investigação convencional.

O pulsar PSR B2111+46, um exemplar relativamente antigo, já era conhecido por essas extinções intermitentes em sua emissão. Contudo, algo inédito surpreendeu os pesquisadores em 2020: durante os períodos normais de extinção, foram detectados de maneira casual dezenas de pulsos extremamente tênues e estreitos, que jamais haviam sido observados antes.

Para validar esse novo estado de emissão, os cientistas observaram esse pulsar durante duas horas novamente em 2022. Chen Xue, o primeiro autor do estudo, revelou: “Finalmente, identificamos 175 desses pulsos estreitos.”

O que torna esses pulsos tão notáveis é a diferença em sua largura e energia quando comparados aos pulsos regulares. Eles foram apelidados de “pulsos anões” devido a essas características singulares.

Enquanto os pulsos regulares emitem radiação por meio de uma complexa “tempestade” de partículas geradas por descargas periódicas, os pulsos anões surgem devido a uma ou poucas “gotas de chuva” de partículas criadas em uma lacuna frágil no pulsar, que se encontra em um estado quase extinto.

Essa forma intermitente, fraca e estreita de emissão constitui um novo estado de radiação completamente independente dos pulsos normais. O NAOC destacou que essa forma de emissão possui uma intensidade notavelmente mais forte em frequências de rádio mais elevadas, algo raramente observado em escala temporal tão distinta proveniente de fontes astronômicas.

Han acrescentou: “As propriedades desses pulsos anões seriam de difícil mensuração por meio de outros radiotelescópios que não fossem o FAST.” E, ainda mais intrigante, as medições dessa nova classe de pulsos anões revelaram que a estrutura do campo magnético responsável pela radiação do pulsar permanece inalterada, mesmo durante a quase extinção da emissão.

Além disso, o NAOC informou que os pesquisadores também conseguiram detectar uma quantidade menor de pulsos anões no estado de extinção do pulso em alguns outros pulsares, ampliando ainda mais a relevância dessas descobertas para a comunidade científica.

Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: China Daily
Imagem principal: Liu Xu/ Xinhua