A China está voltando ao ritmo pré-pandemia na medida em que a política de resposta à COVID-19, recentemente ajustada, promove a retomada do trabalho e da produção, impulsionando a recuperação econômica através do aumento no fluxo de passageiros e tráfego.
Um relatório da CITIC Securities observou que o transporte e as viagens em Pequim, Guangzhou, Shijiazhuang, Wuhan e Chengdu, entre outras cidades, começaram a se recuperar na semana passada.
A mudança bem-vinda ocorreu depois que as autoridades chinesas deram uma série de passos à frente da corrida do Festival do Ano Novo Chinês, que permitem que os passageiros viajem sem resultados negativos de testes de PCR (ácido nucleico), um código QR de saúde, um teste na chegada ou medições de temperatura, criando assim condições mais adequadas para serviços de transporte.
Viagem movimentada
Uma plataforma de big data desenvolvida pela Baidu Map, que atualiza os dados de fluxo populacional das cidades chinesas todos os dias, mostrou que o índice de mobilidade de Pequim ficou em 9,56 na segunda-feira (2) — um aumento de 50,08% em relação à semana passada — enquanto o de Chengdu, Chongqing, Tianjin, Zhengzhou, Wuhan e outras cidades aumentou mais de 30%.
O Metropolitano de Pequim anunciou que as linhas operadas pela empresa viram 4,81 milhões de passageiros na quinta-feira, mais de 3,8 vezes o volume em 15 de dezembro.
No sábado passado (31), quando as passagens de trem para a próxima corrida de viagens do Festival do Ano Novo Chinês estavam prontas para venda, o número de buscas por passagens de trem aumentou rapidamente, atingindo mais de 80% do mesmo período em 2019, de acordo com a Tongcheng Travel, uma provedora de serviços de viagens on-line.
O mercado de turismo viu um ressurgimento em muitos lugares. De acordo com a agência de viagens on-line da China, a Ctrip, as reservas de ingressos para pontos cênicos em Pequim aumentaram 177% de 19 para 23 de dezembro, em comparação com a semana anterior.
“Sinais de melhoria nas viagens públicas apareceram recentemente”, disse Dong Zhongyun, economista-chefe da China AVIC Securities. “Com as pessoas viajando mais e os serviços de transporte e voo ficando mais animados, espera-se que a recuperação econômica do país acelere.”
Logística aquecida
Vários índices de logística apontaram recentemente melhorias na demanda do mercado e nas operações de negócios — indicando que o motor econômico da China está no caminho certo para retomada.
Desde 4 de dezembro, o volume de tráfego de caminhões em vias expressas e volumes de frete ferroviário excedeu o nível pré-epidêmico, enquanto a coleta e entrega de serviços postais e expressos também registraram um crescimento significativo, disse Tian Yuan, pesquisador associado da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica do Ministério do Comércio.
De acordo com dados da Administração Estatal de Correios, cerca de 4,3 bilhões de encomendas foram processadas na China de 1 a 12 de dezembro, um aumento de 5,6% em relação a um ano atrás.
O volume de frete — que reflete diretamente a situação econômica — é, até certo ponto, visto como o “barômetro” da economia real. A Estação Ferroviária de Jixi, o maior centro de carga ferroviária da província de Shandong, no leste da China, lidou com 19.837 veículos em 10 de dezembro, o melhor desempenho nos 40 anos de história da estação.
Em 3 de dezembro, o rendimento cumulativo de carga dos portos de Shandong este ano ultrapassou 1,51 bilhão de toneladas, superando o total do ano passado, 28 dias antes do previsto.
O Porto Rodoviário de Hangzhou Chuanhua, um dos maiores centros de logística da região do Delta do Rio Yangtzé, viu um recorde de mais de 7.000 caminhões entrando ou saindo nos últimos dias, com seus serviços de transporte envolvendo quase 30 províncias.
Em março, espera-se que atividades como viagens retornem aos níveis vistos antes do Ômicron chegar no início de 2022, observou Robin Xing, economista-chefe da China da Morgan Stanley. “Depois disso, espera-se que a recuperação acelere, com a taxa anual de PIB ajustada sazonalmente crescendo em 8% do segundo trimestre para o segundo semestre.”
A recuperação econômica é em grande parte liderada pelo consumo, que depende de os consumidores terem lugares para gastar e ousar gastar, com dinheiro suficiente em seus bolsos para incentivar os gastos, disse Xing.
Com melhores fundações e mais vantagens apoiando o crescimento, a China está confiante em alcançar uma recuperação geral e melhoria em seu desempenho econômico em 2023, disse Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC, sigla em inglês).
Fonte: China Daily
