Em 26 de junho, na 16ª Reunião Anual dos Novos Campeões do Fórum Econômico Mundial, o CEO da Unitree Robotics, Wang Xingxing, afirmou que, no último ano, os robôs, junto com a inteligência artificial (IA), foram os setores que mais atraíram a atenção do mercado global. Porém, segundo ele, a inteligência incorporada ainda não atingiu maturidade suficiente para aplicações em larga escala. Por isso, a Unitree prioriza a inovação tecnológica e o desenvolvimento de produtos em vez da expansão imediata do mercado consumidor. Forçar a entrada de produtos imaturos pode causar prejuízos à empresa.
Fundada em 2016, a Unitree passou de uma equipe com uma pessoa para cerca de mil funcionários, com receita anual acima de bilhões de yuans, informou Wang. No entanto, a concorrência no setor de robôs humanoides na China aumentou, gerando pressão significativa.
Dados da Administração Estatal de Regulação de Mercado da China mostram que, até dezembro de 2024, o país possuía 451.700 empresas na indústria de robótica inteligente, com capital registrado de RMB 6,44 trilhões. Esse valor representa alta de 206,73% em relação ao final de 2020 e de 19,39% frente ao final de 2023, indicando crescimento constante.
Wang comentou que os aplicativos industriais e agrícolas para robôs humanoides evoluem mais rapidamente, enquanto o uso doméstico ainda enfrenta obstáculos. Ele relatou um caso em que um robô da Unitree pisou acidentalmente no sapato de uma menina durante um evento, causando riscos à segurança, embora sem ferimentos físicos.
A segurança é um dos principais desafios para a entrada dos robôs no mercado doméstico, afirmou Wang. Quando há interação próxima com humanos, os riscos de segurança superam os desafios técnicos. Além disso, questões éticas e morais dificultam a popularização dos robôs humanoides.
A Unitree integra as chamadas “Seis Pequenas Dragões de Hangzhou” no setor de tecnologia. Wang atribui o sucesso ao ambiente de negócios e à concentração de talentos na província de Zhejiang, mas ressalta que o avanço tecnológico depende do esforço interno. Para manter a liderança, a empresa precisa avançar constantemente.
Wang considera o talento humano o principal diferencial competitivo. Ele relaciona o crescimento das inovações tecnológicas na China à existência de um “bônus demográfico de talentos” nas novas gerações. Segundo ele, quase metade dos principais pesquisadores globais em IA têm formação em universidades chinesas.
Dados recentes da pesquisa do think tank americano, MacroPolo, indicam que a China forma mais de 5 milhões de graduados em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) por ano, o maior número do mundo.
O CEO explicou que, em setores emergentes como IA, revoluções tecnológicas costumam ocorrer em ciclos de cinco a dez anos, tornando obsoleto o conhecimento das gerações anteriores. Os jovens, especialmente nascidos nos anos 1990 e 2000, entram na universidade com acesso às tecnologias mais avançadas, o que lhes dá vantagem competitiva.
O relatório “Os 100 Robôs Humanoides: Mapeando a Cadeia de Valor”, do Morgan Stanley, projeta que o mercado chinês de robôs humanoides deve alcançar RMB 6 trilhões até 2050, com cerca de 59 milhões de unidades em operação.
Fonte: yicai.com
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