Tecnologia

Rover chinês Zhurong descobre marcas de água em Marte

Através dos dados do rover chinês Zhurong, a equipe de pesquisadores de Liu Yang do Laboratório Estadual de Clima Espacial, utilizou os espectros infravermelhos de onda curta. Os dados das câmeras de navegação e topografia adquiridos pela primeira missão de exploração de Marte da China, descobriu que tinha água correndo aos arredores e o interior da Utopia Planitia, cratera de impacto, bem antes do que imaginado, informou a  Administração Espacial Nacional da China (CNSA) divulgou uma atualização sobre a missão do rover Zhurong. Segundo a agência,

O resultado foi publicado no dia 11 de maio na revista científica internacional Science Advances. Alguns cientistas comentam que esta descoberta é importante para a compreensão da história da evolução do ambiente climático de Marte.

Yang explicou que a área de pouso do rover Zhurong está localizada no jovem terreno amazônico, que sofreu eventos de remodelação. Estudos já existentes mostram que Marte teve um clima frio e seco durante o período amazonense, com um alcance e extensão extremamente limitados da atividade da água líquida. No entanto, a fusão encontrou sinais de atividade hídrica nesta área, “sugerindo que a hidrosfera marciana durante a época amazônica pode ter sido mais ativa do que se pensava anteriormente”.

Ao analisar os espectros de infravermelho de onda curta e os dados da Câmera de Navegação e Topografia (Na TeCam) adquiridos pelo Zhurong, a equipe de pesquisa e colaboradores de Yang identificaram um tipo de rocha que se assemelha morfologicamente a rochas sedimentares, uma rocha brilhante em forma de placa.  Yang disse: “Detectamos minerais que contêm água nestas rochas de cor brilhante que não foram identificadas na região por dados orbitais anteriores usando espectros infravermelhos de onda curta com ~1,9 μm e ~2,2 μm características de absorção, que se presume serem de sílica ou sulfato que contém água”.

A equipe de pesquisa acredita que para este cenário não pode ser formado através da evaporação de água na atmosfera, e descartou a possibilidade de uma grande atividade de corpos de água na superfície. Eles propuseram um novo mecanismo de formação: o manto do solo pré-sedimentar sofreu cimentação e lificação durante a ascensão ou infiltração de águas subterrâneas ricas em sal, formando as rochas tabulares que se observam.

“Isso significa que a área onde o Zhurong pousou, pode conter uma grande quantidade de água disponível na forma de minerais que podem ser usados como recursos in-Situ (ISRU, sigla em inglês) para a futura exploração tripulada de Marte”, disse Yang.

 

 

Tradução: Mei Zhen Li

Fonte: Diário do Povo