“Ele.me”, que significa “Você está com fome?” em chinês, é um dos apps de entrega de comida mais populares na China. No entanto, nesta época de pandemia, entrega mais do que apenas alimentos.
De acordo com o site chinês The Paper, 30 Livrarias Xinhua em Shanghai, pertencentes ao Xinhua Media Group, estão sendo lançadas uma atrás da outra no Ele.me APP, que disponibilizou oficialmente o serviço de “entrega de livros” para seus usuários no dia 23 de Abril, o Dia Mundial da Leitura. Agora se consegue fazer o pedido de um livro no aplicativo e ter ele entregue em torno de uma hora.
As livrarias físicas passam por grandes dificuldades devido ao avanço repentino da pandemia. No dia 5 de fevereiro deste ano, a conta pública “Bookstore Industry” conduziu uma pesquisa com mais de 1.000 livrarias físicas e constatou que 91,97% das livrarias quase não tinham qualquer fonte de renda. Por outro lado, de acordo com os dados do Alibaba durante a epidemia e a quarentena que a seguiu, a pesquisa por palavras-chave de categorias de livros, cultura e educação aumentou drasticamente na plataforma Ele.me APP, com isso surgiu a nova demanda pelo serviço de “entrega de livros”.
“Devem haver lojas em todos os distritos, com cobertura total, e ao mesmo tempo as lojas de cada distrito que têm maior escala e variedade de livros devem ser priorizadas.” disse Jiang Li, vice-gerente geral da Xinhua Media Chain Co., Ltd.
O primeiro lote de 30 Livrarias Xinhua em Shanghai foi selecionado de acordo com as características das comunidades locais de cada loja e a demanda cultural dos leitores. As categorias e bibliografias dos livros foram cuidadosamente classificadas para, finalmente, filtrar quase 100 tipos de livros que serão lançados inicialmente no aplicativo, com esse acervo recebendo atualizações no futuro.
As livrarias físicas, no entanto, continuarão a enfrentar grandes desafios, mesmo após a pandemia. De acordo com a 16ª Pesquisa Nacional de Leitura divulgada pelo People’s Daily em 2019, mais da metade dos adultos costuma ler digitalmente e a proporção de leitores que prefere a leitura em papel diminuiu. Além disso, os dados do “Relatório da indústria de livrarias físicas da China em 2019-2020” mostram que o número de livrarias físicas na China atualmente excede 70.000 e mais de 500 foram fechadas somente em 2019. Correspondendo a isso, o “Relatório do Mercado de Varejo de Livros da China em 2019” mostra que a escala de vendas de varejo de livros on-line aumentou 24,9% ano a ano, atingindo 71,51 bilhões de yuans.
Os lucros escassos, altos aluguéis e baixos preços das livrarias on-line continuarão a ameaçar as livrarias físicas. Na era pós-pandemia as livrarias físicas devem se posicionar, não apenas como um local para vender livros, mas também como “locais de aprendizado, cultura e informação”.
Fonte: https://m.thepaper.cn//; http://www.xinhuanet.com/
Fonte da foto: China Youth Daily; https://pandaily.com/