Empreendedorismo Tecnologia

Na China, CEOs fazem lives para vender produtos

Celular em um suporte transmitindo uma live

O comércio eletrônico através de lives cresce rapidamente na China, especialmente durante o surto de Covid-19.

Para a maioria dos e-shoppers chineses os primeiros nomes que vêm à mente ao se falar em vendas por lives são os influenciadores “Taobao Queen” Viya ou “Lipstick King” Jiaqi Li, que conseguem engajar dezenas de milhões de consumidores em potencial por dia, principalmente em plataformas como Taobao, Douyin (Tiktok), Kuaishou dentre outras. Hoje em dia, sob o impacto da pandemia, CEOs preocupados com o desempenho de suas vendas resolveram embarcar na onda de live ao vivo pessoalmente, se livrando de suas imagens públicas construídas  por eles para, assim, vender produtos.

No dia 7 de Março, Xiaodong Chen, o CEO do Intime Department Store, novo site de varejo do Alibaba, em uma live que durou 4 horas, sentou-se ao lado de uma representante de vendas como seu auxiliar, acontecimento que atraíu 220.000 espectadores. De acordo com o site chinês Huxiu, por conta da ação promocional de Xiaodong Chen, dentro de 1 mês, mais de 5 mil representantes de vendas de 65 lojas dentro do Intime Department Store se registraram como streamers no Taobao, com uma média de 200 lives por dia e algumas excedendo a arrecadação de 100.000 yuans em uma única live.

Printscreen de uma tela de celular de uma live com um homem e uma mulher segurando uma calculadora

O novo formato de venda

Por outro lado parece que nem todos os CEOs conseguiram se adaptar a esse novo formato de venda. Em 24 de abril a CEO da Gree Electric Appliances, Mingzhu Dong, entrou no salão de exposições da Gree e apresentou vários produtos da marca, mas ela não seguiu os procedimentos padrões de uma live de vendas, como por exemplo a disponibilização de links dos produtos ou se utilizar do slogan de “preços ultra baixos”, fazendo parecer apenas uma propaganda comum da marca.

Durante a hora da live, de acordo com o Huxiu, o número máximo de pessoas on-line simultâneamente foi de 216,3 mil e com o número total de reproduções sendo de 4,318 milhões, porém, mesmo com esses números, 17 dos 38 produtos exibidos não foram vendidos e as vendas totais foram de apenas 232.500 yuans. Depois desse evento, Mingzhu Dong disse no Fórum Global Mulan: “O show ao vivo realmente foi um fracasso. Eu queria interagir com todos, mas o equipamento ficava sempre travando, o que foi desagradável”.

A venda por lives se tornou um sucesso na China em diversos setores como:  Viagens, beleza, buffets, eletrodomésticos, etc. Outras empresas que entraram na onda das lives são Ctrip, Fusong, Gome, TCL, dentre outras, com algumas tirando proveito da nova modalidade de vendas, enquanto outras não. Será que essa nova abordagem vai se normalizar ou será apenas algo passageiro?

Fonte: https://www.huxiu.com/