Cultura

Emei Kung Fu Girls promove artes marciais chinesas no cenário global

Emei Kung Fu Girls
Fonte da imagem: Youtube / Divulgação

O grupo Emei Kung Fu Girls, formado por nove jovens da Geração Z dedicadas às artes marciais tradicionais chinesas, tornou-se viral nas redes sociais da China, acumulando mais de 2 milhões de seguidores desde o lançamento em abril deste ano.

À frente do grupo está Ling Yun, herdeira do Kung Fu Emei, reconhecido como patrimônio cultural imaterial nacional em 2008. Junto com as outras integrantes, ela exibe habilidades avançadas nas técnicas do estilo. Em vídeos curtos e de grande repercussão, as jovens divulgam essa arte milenar, contribuindo para preservar e valorizar o legado cultural.

No vídeo promocional de estreia, as Emei Kung Fu Girls aparecem vestidas em uniformes verdes e executam movimentos característicos das artes marciais Emei, tendo como cenário o icônico Monte Emei, na província de Sichuan. Originada no Período das Primaveras e Outonos (770-476 a.C.), a prática ganha nova vida com o grupo, que busca aliar tradição e modernidade para conquistar um público amplo.

Ling, que iniciou no Kung Fu aos quatro anos, percebeu que a cultura Emei precisaria adaptar-se às estéticas contemporâneas para ganhar popularidade, tanto na China quanto no exterior. Assim, a formação do grupo – composta por talentos versáteis – surgiu como uma estratégia para revitalizar essa herança no contexto atual.

Desde sua estreia oficial, realizada durante a quarta Conferência de Herança das Artes Marciais Emei, em abril de 2024, as Emei Kung Fu Girls se destacam nas redes por seu estilo único. Seus uniformes combinam funcionalidade e elegância, com uma paleta de cores que mescla verde-escuro e vermelho, além de padrões de nuvens e cortes modernos. A escolha do verde homenageia a exuberância natural do Monte Emei, transmitindo energia e vitalidade.

O treinamento rigoroso das integrantes do grupo, que se dedicam entre 5 e 6 horas por dia, inclui técnicas tradicionais como os punhos e as adagas Emei, além de práticas complementares de outras artes marciais. A líder do grupo, Li Jieyu, relatou que recentemente as integrantes passaram por avaliações de habilidades físicas e artísticas para verificar o progresso no treinamento.

Em julho deste ano, o grupo fez sua estreia internacional em Paris, colaborando com a musicista chinesa Peng Jingxuan em uma performance que combinou artes marciais e o guzheng, tradicional instrumento musical chinês. A apresentação nas ruas da capital francesa atraiu a atenção do público local e internacional, reforçando o apelo cultural das Emei Kung Fu Girls.

“Nossa jornada, que parte das artes marciais para a inovação e colaboração intercultural, não tem fim”, afirmou Ling, evidenciando o compromisso do grupo em expandir as fronteiras da tradição. Para aprimorar as habilidades, as integrantes se dedicam a aprender dança, instrumentos musicais, arco e flecha e até mesmo equitação, tornando-se ainda mais versáteis e aptas a colaborar com influenciadores que promovem a cultura chinesa.

A passagem por Paris incluiu apresentações em pontos turísticos icônicos, como o Louvre e a Torre Eiffel, além de visitas a escolas de artes marciais locais, onde puderam interagir com praticantes franceses. Para a integrante Li Nuofei, o intercâmbio foi marcante: “Fazer amizades por meio das artes marciais foi uma experiência inesquecível. Estamos empenhadas em promover respeito e compreensão entre culturas.”

Os vídeos do grupo, que conquistaram audiência global, têm especial importância para a integrante He Yunong, que acredita no papel das Emei Kung Fu Girls como embaixadoras culturais: “Queremos mostrar não apenas o Kung Fu Emei, mas também a energia das jovens chinesas de hoje. Isso reflete nosso orgulho cultural e confiança ao levar a China para o mundo”.

Para Ling Yun, promover as artes marciais Emei no exterior demanda uma fusão gradual de elementos culturais chineses e estrangeiros, o que atrai o público internacional pela novidade e autenticidade. Ela espera que, fortalecendo os laços com comunidades chinesas e escolas de artes marciais ao redor do mundo, o grupo consiga expandir o alcance do Kung Fu Emei e consolidar seu impacto no cenário global.

Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Diário do Povo