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China realiza com sucesso criopreservação de tecido ovariano e transplante para auxiliar na preservação da fertilidade

Fertilidade

A China alcançou um marco significativo no campo da medicina reprodutiva, completando com sucesso a criopreservação de tecido ovariano e seu subsequente transplante para ajudar mulheres que perderam a função ovariana devido a tratamentos de tumores e transplante de células-tronco hematopoéticas. Essa conquista oferece esperança aos pacientes que desejam preservar sua fertilidade após enfrentarem essas adversidades médicas.

Segundo Ruan Xiangyan, diretor de endocrinologia do Hospital de Obstetrícia e Ginecologia de Pequim, 26 mulheres na China recuperaram com sucesso sua função endócrina ovariana por meio das tecnologias de criopreservação de tecido ovariano (OTC) e transplante de tecido ovariano (OTT). Algumas dessas mulheres conseguiram engravidar e dar à luz, destacando o sucesso desses procedimentos inovadores.

As tecnologias OTC e OTT baseiam-se no uso da criobiologia para preservar o tecido ovariano antes que a fertilidade de uma paciente feminina seja significativamente reduzida ou perdida devido a tratamentos de tumores ou transplante de medula óssea, restaurando assim a função endócrina ovariana e a fertilidade da paciente em certa medida.

Embora a China tenha começado a desenvolver essa tecnologia 17 anos após outros países, a taxa de sucesso no país é superior à média internacional de 70%, conforme observado por Ruan. Sua equipe estabeleceu o primeiro banco de criopreservação de tecido ovariano da China em 2012 e completou o primeiro transplante de tecido ovariano criopreservado do país em 2016.

Em 2021, a equipe de Ruan realizou o primeiro transplante de tecido ovariano criopreservado para uma paciente com síndrome mielodisplásica. A mulher conseguiu dar à luz com sucesso após o procedimento, demonstrando mais uma vez a eficácia dessas tecnologias inovadoras.

As tecnologias OTC e OTT são as únicas opções de preservação da fertilidade para meninas pré-púberes, já que elas não podem induzir a ovulação e congelar óvulos e embriões, explicou Ruan. O Hospital de Obstetrícia e Ginecologia de Pequim já completou a criopreservação de tecido ovariano de mais de 550 crianças e jovens pacientes, sendo a mais jovem com apenas sete meses de idade, um recorde para a criopreservação de ovários na Ásia.

O primeiro passo da criopreservação de tecido ovariano é uma cirurgia laparoscópica mínima invasiva, observou Ruan. Os pacientes são responsáveis pelos custos de criopreservação, que giram em torno de 80 yuans (US$ 11) por mês. Se os pacientes congelarem 10 peças de tecido ovariano, o custo anual total seria de cerca de 10.000 yuans (US$ 1.390).

Teoricamente, o tecido ovariano pode ser congelado e preservado por décadas e utilizado em múltiplos transplantes, afirmou Ruan. O tecido ovariano criopreservado do primeiro caso da China em 2016 ainda está vivo e saudável após quase oito anos, oferecendo esperança e oportunidades contínuas para mulheres que desejam preservar sua fertilidade e realizar o sonho da maternidade.

Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Yicai Global
Imagem principal: Andriy Bezuglov/ Adobe Stock