Cultura

China avalia nova candidatura para sediar a Copa do Mundo da FIFA

China Copa do Mundo
Fonte da imagem: Jia Haocheng/ Xinhua

O governo municipal de Guangzhou, na China, incluiu, em seu plano esportivo para os próximos dez anos, a meta de promover uma candidatura conjunta para sediar a Copa do Mundo da FIFA. A proposta está no “Comunicado sobre o Plano de Construção de Cidade Forte em Esportes de Guangzhou”, publicado recentemente.

O documento prevê aproveitar a experiência em eventos e a rede de recursos internacionais das regiões de Guangdong, Hong Kong e Macau para disputar a organização da Copa e outros torneios internacionais de grande porte.

A possibilidade mobilizou torcedores, que veem na iniciativa uma chance para a seleção chinesa voltar ao torneio, já que o país-sede tem vaga automática. No entanto, a candidatura exige aprovação nacional e envolve custos e requisitos técnicos que ultrapassam a decisão de uma cidade.

Processo de candidatura

Pelas regras da FIFA, apenas países ou grupos de países podem se candidatar. O modelo citado por Guangzhou seria uma cooperação regional como parte de uma candidatura chinesa oficial, que precisaria ser apresentada pela Associação Chinesa de Futebol e aprovada pelo Conselho de Estado.

Sediar a Copa do Mundo pode gerar ganhos econômicos relevantes, com investimentos em infraestrutura, transporte, turismo e renovação urbana. No Catar, anfitrião em 2022, o PIB de 2011, ano seguinte à escolha do país como sede, cresceu 19,6%, o maior em 16 anos. O valor oficial do PIB em 2022 chegou a US$226,2 bilhões.

Por outro lado, o evento pode gerar custos elevados e baixa utilização posterior das obras, fenômeno conhecido como “efeito elefante branco”. No Brasil, em 2014, os gastos chegaram a US$14–15 bilhões, superando a previsão inicial de US$8 bilhões. O Estádio Nacional de Brasília, que custou US$1 bilhão, tornou-se estacionamento de ônibus.

Condições da Grande Baía

Guangzhou reúne fatores favoráveis para receber grandes eventos. É a capital da província com maior PIB do país e já sediou competições como os Jogos Asiáticos de 2010, a Maratona de Guangzhou e o WTA Guangzhou Open.

O plano esportivo para 2035 prevê 3,4 m² de área esportiva por habitante, mais de 45% da população praticando atividades físicas regularmente, o setor esportivo representando 2,4% do PIB e aumento da competitividade no esporte profissional.

Na infraestrutura, a FIFA exige 12 estádios com padrão internacional, sendo um para 80 mil espectadores. A região ainda não atinge esse número, mas tem obras em andamento. O Estádio do Parque de Futebol de Guangzhou terá 75 mil lugares, expansíveis. O Centro Esportivo de Nansha comporta 60 mil pessoas, enquanto o Estádio Olímpico de Guangdong, com 80 mil, precisaria de modernização. Shenzhen planeja dois novos estádios, e cidades vizinhas, como Foshan e Dongguan, farão reformas.

Pelo rodízio continental da FIFA, a Ásia só poderá sediar novamente em 2038 ou 2042. Assim, mesmo com avanço no planejamento, Guangzhou teria de esperar ao menos até 2038 para receber o torneio.

Especialistas avaliam que o processo de candidatura, mesmo sem vitória, pode acelerar melhorias urbanas, integrar a Grande Baía e fortalecer o setor esportivo. A prefeitura planeja destinar uso comunitário e de clubes para os estádios após o evento, buscando evitar desperdícios.

O plano estabelece que, até 2035, Guangzhou seja reconhecida como cidade forte em esportes, criando as bases para disputar uma vaga no maior evento do futebol mundial.

Fonte: 36kr.com