De maio a outubro de 2025, o Instituto Provincial de Arqueologia de Shaanxi realizou escavações no Cemitério de Zhangjiapo, em Xi’an. O trabalho foi autorizado pela Administração Estatal do Patrimônio Cultural para atender a demandas locais de uso do solo.
A equipe identificou 566 vestígios antigos, incluindo 309 túmulos do Período dos Reinos Combatentes, 214 da Dinastia Tang, um túmulo para carroça e cavalo e estruturas menores das dinastias Han, Sui, Song e Qing. Foram desenterrados 1.169 artefatos, em sua maioria cerâmicas como vasos de cozinha com tripé, jarros, potes, bacias e estatuetas.

Os túmulos dos Reinos Combatentes são majoritariamente covas verticais orientadas de leste a oeste, correspondendo a mais de 95% do total. A análise da estrutura e dos objetos funerários indica que pertenciam a indivíduos do Estado de Qin. O formato e a combinação dos artefatos são semelhantes aos da quarta fase do cemitério de Renjiazui, datando, em geral, do meio do período dos Reinos Combatentes.
Entre as descobertas, destacam-se 25 túmulos de pedra, que mantêm a mesma orientação e estrutura dos demais, mas apresentam seixos de rio depositados nas plataformas internas.
Os túmulos da Dinastia Tang são, em sua maioria, câmaras com corredor inclinado no eixo norte-sul, representando mais de 98% dos achados desse período. O túmulo M144, de câmara de tijolos e corredor leste-oeste, chamou a atenção dos pesquisadores pela lápide com a inscrição “Dharani da Coroa de Buda”, traduzida por Amoghavajra, um dos “Três Grandes Mestres da Era Kaiyuan”.
Essa é a primeira descoberta do tipo em Xi’an. Pelas características da construção e da base da estrutura, o M144 é comparável ao palácio subterrâneo nº 2 do Templo Fawang, em Dengfeng (Henan), e deve ser classificado como um sepultamento vinculado a um templo budista da Dinastia Tang.
O Cemitério de Zhangjiapo cobre um amplo intervalo histórico, do Período dos Reinos Combatentes à Dinastia Qing, e representa uma das concentrações mais densas de sepultamentos antigos já encontradas nos arredores de Xi’an. As descobertas oferecem novas evidências para o estudo da evolução social e funerária da região.
Fonte: The Paper


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