Tecnologia

China desenvolve radiotelescópio submilimétrico para estudar formação de estrelas e galáxias

Radiotelescópio submilimétrico
Fonte da imagem: Ou Dongqu/ Xinhua

No dia 20 de setembro, a China iniciou em Delingha, na Prefeitura Autônoma Mongol-Tibetana de Haixi, província de Qinghai, a construção do primeiro radiotelescópio submilimétrico de 15 metros de diâmetro desenvolvido no país. O projeto é conduzido pelo Observatório Astronômico da Montanha Púrpura, da Academia Chinesa de Ciências.

O equipamento terá um espelho de 15 metros de diâmetro capaz de captar radiação submilimétrica em faixas de alta frequência. Também contará com instrumentos como câmera multicolorida de grande campo de visão, receptores heteródinos de três bandas e receptor multifeixe de 460 GHz, o que permitirá observações em banda larga, com amplo campo de visão e alta sensibilidade.

Segundo Li Jing, diretora do departamento de pesquisa do Observatório da Montanha Púrpura, as ondas submilimétricas abrangem radiações eletromagnéticas com comprimento de onda entre 0,1 e 1 milímetro. “Dentro dessa faixa estão informações que a luz visível e o infravermelho próximo não revelam, como a distribuição de gases moleculares, a atividade da poeira interestelar e o processo de formação de estrelas”, explicou. Ela destacou que telescópios ópticos não conseguem atravessar a poeira cósmica, enquanto as observações em submilímetro permitem estudar a formação de galáxias e rastrear moléculas associadas à vida.

Por décadas, a China teve limitações na astronomia submilimétrica por não dispor de instalações próprias em operação regular. Para reduzir essa lacuna, pesquisadores aprovaram em 2022 a construção do radiotelescópio, que deve ampliar a capacidade nacional em pesquisas astronômicas.

Com a entrada em operação, o telescópio deve apoiar estudos sobre a evolução das galáxias, a estrutura da Via Láctea, a química interestelar e a astronomia do tempo variável. Além da pesquisa astronômica, também funcionará como plataforma interdisciplinar para aplicações em ciências atmosféricas e em comunicações espaciais de alta capacidade entre a Terra e o espaço.

Fonte: gmw.cn