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Economia de baixa altitude ganha impulso e se destaca nas Duas Sessões chinesas

Economia de baixa altitude
Fonte da imagem: Li Ran/ Xinhua

A economia de baixa altitude voltou a ser um dos temas centrais no mais recente relatório do governo chinês, consolidando-se como uma das apostas estratégicas do país. Com um mercado potencial de trilhões de yuans, o setor tem atraído atenção e se tornado pauta recorrente durante as Duas Sessões, as reuniões de governo da China. Representantes e membros do comitê legislativo têm apresentado propostas para impulsionar esse segmento, que vem ganhando força com o apoio de políticas governamentais.

O relatório deste ano do governo da China destaca a necessidade de promover o desenvolvimento seguro e sustentável de novas indústrias, incluindo a exploração espacial comercial e a economia de baixa altitude. A tendência já se refletia nos relatórios de governos provinciais, que detalharam estratégias para fomentar o setor.

Empresas e governos locais estão ampliando investimentos para consolidar sua posição nesse mercado emergente. A ZTE, por exemplo, concluiu mais de 100 projetos piloto de sensoriamento de baixa altitude em 25 províncias e cidades, abrangendo áreas como distribuição logística e segurança aérea. Segundo Miao Wei, vice-presidente sênior da ZTE, a empresa busca acelerar a aplicação em larga escala de novas tecnologias e produtos voltados para esse segmento.

Várias regiões chinesas têm adotado estratégias distintas para fomentar a economia de baixa altitude. Guangdong está investindo em sua base industrial de drones e aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOLs), enquanto Jiangsu se concentra na construção de uma rede inteligente de baixa altitude e no desenvolvimento de uma cadeia industrial abrangente. Já Chongqing aposta em novos cenários de aplicação, como treinamentos para pilotos, experiências de voo e estudos científicos.

Desafios para a expansão do setor

Apesar do crescimento acelerado, a economia de baixa altitude enfrenta desafios estruturais. A infraestrutura física ainda é limitada, a regulamentação precisa ser aprimorada e a aceitação do público permanece um obstáculo.

Durante as “Duas Sessões”, especialistas destacaram entraves como a falta de clareza na regulamentação do setor, a necessidade de expandir os cenários de aplicação e a baixa competitividade em termos de preço e eficiência. “A economia de baixa altitude se concentra hoje em setores como proteção agrícola, turismo e resgates, mas ainda carece de vantagens para se consolidar em nichos de alto consumo, como entregas de encomendas e refeições”, afirmou Gan Huatian, membro do comitê e professor da Universidade de Sichuan.

Gan propõe ampliar os investimentos em parques industriais especializados, utilizando espaços logísticos, industriais e agrícolas como base para o crescimento do setor. Ele também sugere que serviços de emergência, bombeiros e saúde adotem soluções de baixa altitude para aumentar a eficiência operacional.

Fonte: jingji.cctv.com