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Xiaomi cresce 47% com apoio de subsídios e avanço no setor automotivo

Xiaomi setor automotivo
Fonte da imagem: Zhao Dingzhe/ Xinhua

O Grupo Xiaomi divulgou, em 27 de maio, o balanço financeiro do primeiro trimestre de 2025, encerrado em março. A receita alcançou RMB 111,3 bilhões, alta anual de 47,3%, acima da expectativa de RMB 109 bilhões. O resultado foi impulsionado principalmente pelos segmentos de Internet das Coisas (IoT) e automotivo.

Os setores de smartphones e AIoT somaram RMB 92,7 bilhões, com crescimento de 22,8%. Dentro desse grupo, o IoT teve avanço de 58,7%, impulsionado por subsídios estatais e aumento nas vendas de eletrodomésticos, tablets e wearables.

O setor automotivo gerou RMB 18,6 bilhões, com 76 mil unidades vendidas. O preço médio ficou em RMB 239 mil. A margem bruta da divisão foi de 23,2%, acima da expectativa de 20,8%, resultado da ampliação da produção e da introdução do modelo SU7 Ultra.

A margem consolidada foi de 22,8%, frente aos 21,4% previstos anteriormente. No IoT, a margem foi de 25,2%, mas a inclusão de serviços deficitários como instalação de ar-condicionado reduziu o resultado real.

Lucro e despesas

O lucro operacional alcançou RMB 10 bilhões, com margem de 9%. O lucro líquido ajustado foi de RMB 10,9 bilhões. A alta nas margens e o controle das despesas operacionais, que somaram RMB 15,4 bilhões, sustentaram o crescimento.

Os gastos com marketing caíram RMB 500 milhões em relação ao trimestre anterior. As despesas administrativas ficaram estáveis, enquanto os investimentos em P&D mantiveram-se em RMB 6,7 bilhões, mesmo com o lançamento do chip XRING O1 e do modelo YU7.

A receita do segmento de IoT foi de RMB 32,3 bilhões, alta de 58,7%. O desempenho foi influenciado por aumentos de 40% nas vendas de tablets e 113% na linha de eletrodomésticos inteligentes, que operam com margens mais altas. O crescimento dependerá da continuidade dos subsídios ao longo de 2025.

Setor automotivo supera projeções iniciais

Xiaomi entregou 76 mil veículos no trimestre. A empresa já vendeu 104,4 mil unidades nos quatro primeiros meses do ano, superando em 200% a capacidade da Fábrica Fase 1, projetada para 150 mil unidades anuais. Com a entrada em operação da Fase 2 no segundo semestre, a meta de 350 mil veículos em 2025 tende a ser revisada para 400 mil.

O modelo SU7 Ultra, lançado em fevereiro, aumentou o tíquete médio e compartilha linha de montagem com o SU7 convencional. A Xiaomi também apresentou o novo SUV elétrico YU7, que competirá diretamente com o Model Y da Tesla, na faixa de RMB 250 mil a RMB 350 mil. A empresa possui uma fila de espera de 200 mil pedidos e prazo de entrega de até dez meses.

Smartphones: avanço interno não compensa queda externa

A receita com smartphones foi de RMB 50,6 bilhões, alta de 8,9%. O volume cresceu 3%, com 41,8 milhões de unidades vendidas. No mercado doméstico, as vendas subiram 40%, com participação recorde de 18,6%. No exterior, o desempenho foi fraco, com queda de 38% na Índia. A participação global caiu para 12,2%.

O preço médio subiu 10,5%, para RMB 1.211, mas a margem bruta caiu para 12,4% por causa da alta nos custos de componentes.

Internet: publicidade mantém crescimento

O segmento de serviços de internet gerou RMB 9,1 bilhões, crescimento de 12,8%. A publicidade representou RMB 6,6 bilhões, alta de 20%, concentrada no mercado doméstico. A receita com serviços de valor agregado ficou em RMB 2,5 bilhões, sem variação relevante.

A receita internacional ficou em RMB 38,2 bilhões, com leve crescimento de 0,9%. O peso caiu para cerca de um terço da receita total. A receita com serviços de internet no exterior subiu 8,2%, enquanto a de hardware estagnou. As vendas internacionais de smartphones caíram 8,9%.

Avaliação de mercado e perspectivas

O desempenho do setor automotivo reforçou a decisão da Xiaomi de incluir a divisão “Automóveis e Inovação” como nova unidade contábil. O movimento sinaliza que a empresa aposta nesse segmento para superar o valor de mercado de RMB 1 trilhão.

A empresa opera hoje em dois eixos: negócios tradicionais e automóveis. Se mantiver margem bruta 2,4 pontos acima da média e lucro operacional de 36%, o valor do negócio tradicional pode variar entre RMB 800 bilhões e RMB 1 trilhão. O restante viria do setor automotivo, cuja receita projetada para 2025 pode alcançar RMB 100 bilhões.

A continuidade do crescimento depende da manutenção dos subsídios estatais e da ampliação da capacidade produtiva para atender à demanda reprimida por veículos.

Fonte: 36kr.com