Economia

Xi Jinping apresenta proposta de governança global em reunião internacional na China

Reunião internacional na China
Fonte da imagem: Ding Haitao/ Xinhua

De 31 de agosto a 1º de setembro de 2025, Tianjin sediou a Cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), a maior desde a criação do bloco. O encontro reuniu mais de 20 líderes estrangeiros e 10 chefes de organizações internacionais.

Durante a reunião, os países-membros aprovaram a Declaração de Tianjin, a Estratégia de Desenvolvimento da OCX para 2026–2035 e 24 documentos sobre segurança, economia, cultura e cooperação institucional. Também foram emitidas declarações em defesa do sistema multilateral de comércio e em homenagem ao 80º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial e da fundação da ONU.

Governança Global

O presidente Xi Jinping apresentou a Iniciativa de Governança Global, após as propostas já lançadas de desenvolvimento, segurança e civilização. A nova agenda defende igualdade soberana, respeito ao direito internacional e multilateralismo.

Na cúpula, os líderes reiteraram apoio à ONU e ao multilateralismo. Uma pesquisa divulgada no Fórum de Cooperação da Mídia da OCX 2025 mostrou que 70% dos entrevistados acreditam que seus países ampliaram participação na governança global por meio da OCX, e 80% reconheceram o impacto positivo da organização.

O diretor do Centro de Estudos Ásia-Pacífico da Turquia, Selçuk Çolakoğlu, avaliou que a OCX “vem ganhando reconhecimento no Sul Global e contribui para uma ordem internacional mais justa”.

A reunião coincidiu com o 80º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial. Os líderes publicaram uma declaração conjunta em defesa da memória histórica e da preservação dos resultados do conflito.

Expansão da OCX e o “Espírito de Xangai”

Criada em 2001, a OCX reúne atualmente 27 países, coopera em mais de 50 áreas e representa um PIB combinado próximo de US$30 trilhões. O bloco se consolidou como a maior organização regional do mundo.

Segundo líderes presentes, a expansão está ligada ao chamado Espírito de Xangai, baseado em igualdade entre os membros, respeito à diversidade, consultas multilaterais e busca de prosperidade compartilhada. Esse conceito orientou ações pioneiras, como o estabelecimento de mecanismos de confiança militar em fronteiras, a adesão à Iniciativa Cinturão e Rota e tratados de boa vizinhança de longo prazo.

Na cúpula, a China defendeu que a organização mantenha esses princípios e apresentou propostas voltadas para abertura, inclusão e ganhos mútuos. Também foram inaugurados centros de cooperação em segurança, combate ao crime organizado, drogas e cibersegurança, além de discussões sobre a criação de um Banco de Desenvolvimento da OCX.

O Quirguistão assumiu a presidência rotativa para 2025–2026, com a promessa de priorizar comércio, investimentos, segurança regional e intercâmbio cultural.

Participação da China

A China, país-sede da cúpula, destacou sua contribuição prática para o fortalecimento do bloco. O comércio entre a China e os demais membros atingiu US$512,4 bilhões em 2024 e somou RMB 2,11 trilhões de janeiro a julho de 2025, aumento de 3% em relação ao ano anterior.

Durante sua presidência, Pequim promoveu o “Ano do Desenvolvimento Sustentável da OCX”, com 110 atividades voltadas para política, economia, ciência e cultura.

Na reunião em Tianjin, a China anunciou novos projetos:

  • 100 iniciativas sociais de pequeno porte;
  • Duplicação de bolsas de estudo oferecidas pela OCX;
  • 10 oficinas “Luban” em cinco anos;
  • 10 mil vagas de capacitação em recursos humanos;
  • Criação de centros de inovação em energia, economia digital, ciência e educação;
  • Lançamento do Centro de Cooperação em Inteligência Artificial;
  • Abertura do sistema de navegação Beidou a todos os membros.

Fonte: news.gmw.cn