O turismo internacional na China cresceu no primeiro semestre de 2025. O número de entradas e saídas de estrangeiros chegou a 38,05 milhões de pessoas, alta de 30,2% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados oficiais.
Parte desse movimento concentra-se em Xi’an, cidade que tem atraído visitantes de diversos países com experiências culturais, gastronomia e políticas de facilitação de entrada.
Terracota atrai fluxo constante de estrangeiros
Localizado próximo ao Museu do Mausoléu do Primeiro Imperador da Dinastia Qin, o estúdio Qin Han Pingzhe, especializado na produção artesanal de soldados de terracota, passou a receber mais de 500 estrangeiros por dia nos períodos de maior movimento. A estimativa é da herdeira da técnica tradicional, Han Mimi.
A procura intensificou-se com o avanço de políticas como isenção unilateral e mútua de vistos, isenção para trânsito e reembolsos de impostos. Só por Xi’an, mais de 135 mil estrangeiros entraram no país desde janeiro, volume 124% superior ao registrado no primeiro semestre de 2024. Mais de 100 mil usaram alguma das modalidades de entrada facilitada.
Para atender à demanda, o Museu do Imperador Qin Shihuang lançou uma plataforma internacional de ingressos, que permite a compra antecipada e o acesso com passaporte. Guias multilíngues e opções de pagamento adaptadas ao público estrangeiro também fazem parte das medidas implementadas.
Gastronomia impulsiona engajamento digital
A culinária local tem funcionado como um ponto de conexão cultural. Pratos como o yangrou paomo (carne de carneiro com pão) e o roujiamo (sanduíche de carne) lideram o interesse de turistas estrangeiros, que evitam restaurantes luxuosos e optam por barracas e estabelecimentos populares.
Restaurantes como o Lao Mijia têm usado esse apelo para atrair criadores de conteúdo internacionais. Na Rua Huimin, uma das áreas mais movimentadas de Xi’an, o fluxo de turistas aumentou durante as férias de verão. Muitos deles registram o preparo dos pratos e compartilham as experiências nas redes sociais.
Cultura tradicional amplia permanência
Além da gastronomia, a cultura da Dinastia Tang também atrai visitantes. Um dos principais pontos é a rua temática “As Doze Horas de Chang’an”, onde turistas podem alugar roupas tradicionais (hanfu) e participar de atividades imersivas, como aulas de etiqueta e dança.
Funcionários de lojas locais relatam que, ao contrário do que ocorria antes, estrangeiros não se limitam mais a fotos com os trajes. Eles buscam vivências mais completas, que envolvem aprendizado e participação nas atividades culturais.
Um hotel cinco estrelas próximo à “cidade noturna da Dinastia Tang” informou que recebeu mais de 1.300 hóspedes estrangeiros em dois meses. A alta demanda levou à ampliação de serviços em inglês e à oferta de câmbio de moedas no local.
Viagem deixa de ser contemplativa e se torna imersiva
O perfil do turismo internacional na China mudou. A visita pontual deu lugar à permanência ativa. Estrangeiros circulam por cidades históricas, interagem com moradores, aprendem práticas culturais e compartilham suas experiências em tempo real.
Xi’an virou um retrato dessa transformação. O aumento no número de visitantes estrangeiros, as políticas públicas de incentivo e a valorização da cultura tradicional têm reposicionado a cidade como um centro do turismo internacional na China.
Fonte: finance-app.people.cn