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Projetos em Ciência e Tecnologia fortalecem cooperação sino-brasileira

Cooperação sino-brasileira
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A cooperação científica e tecnológica entre a China e o Brasil é um dos pilares do relacionamento bilateral, que se intensificou nas últimas décadas. Os dois países compartilham interesses comuns em áreas como biotecnologia, energia, agricultura e saúde, e têm desenvolvido diversos projetos e parcerias para promover o intercâmbio de conhecimento, experiências e inovações.

Satélites CBERS: uma parceria pioneira na observação da Terra

Um dos projetos mais emblemáticos da cooperação sino-brasileira é o Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite), que consiste no desenvolvimento conjunto de satélites de observação da Terra, iniciado em 1988. O programa já lançou seis satélites, sendo o mais recente o CBERS 04-A, em dezembro de 2019. Os satélites CBERS fornecem imagens de alta resolução que são utilizadas para monitorar o meio ambiente, o uso da terra, a agricultura, o desmatamento, os recursos hídricos, as mudanças climáticas, entre outras aplicações. Os dados dos satélites são disponibilizados gratuitamente para mais de 100 países, beneficiando diversas instituições de pesquisa, ensino e gestão pública.

Cooperação em Ciência e vacina

Outra área de destaque na cooperação entre o Brasil e a China é a biotecnologia, especialmente no contexto da pandemia da COVID-19. Os dois países têm colaborado no desenvolvimento, produção e distribuição de vacinas contra o novo coronavírus, como a CoronaVac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. A vacina foi a primeira a ser aplicada no Brasil, em janeiro de 2021, e foi exportada para outros países da América Latina e da África. Além disso, os dois países têm realizado intercâmbios de informações e experiências sobre o diagnóstico, o tratamento e a prevenção da doença, assim como o sequenciamento genético do vírus.

Energia renovável e o desenvolvimento sustentável

Na área de energia, o Brasil e a China têm buscado ampliar a cooperação em fontes renováveis, como a eólica, a solar e a hidrelétrica, visando reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover o desenvolvimento sustentável. Os dois países são signatários do Acordo de Paris sobre o clima e têm participado de fóruns internacionais sobre a transição energética. Além disso, empresas chinesas têm investido em projetos de geração, transmissão e distribuição de energia no Brasil, como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e o Complexo Eólico de São Fernando, no Rio Grande do Norte.

Esses projetos representam uma oportunidade de parceria estratégica entre os dois países, que possuem grande potencial para explorar as fontes renováveis de energia. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a matriz energética brasileira, em 2019, foi formada por 45% de fontes renováveis e 54% de fontes fósseis. Já a China, que é o maior consumidor de energia do mundo, tem elevado sua aposta na produção de energia limpa e renovável, com destaque para a energia solar e eólica. A China é também a maior produtora de turbinas eólicas e de células fotovoltaicas do mundo.

Um exemplo dessa cooperação é o grupo de trabalho formado pela Petrobras e pela China Energy International para analisar oportunidades de negócios conjuntos, com foco na geração de energia renovável e hidrogênio “verde”. O hidrogênio “verde” é um combustível que pode ser produzido a partir de fontes renováveis, como a água e a luz solar, e que não emite poluentes na sua utilização.

Já na área de agricultura, o Brasil e a China têm cooperado em temas como a segurança alimentar, a biotecnologia agrícola, a agricultura de precisão, a irrigação, a pecuária e a aquicultura. Os dois países são importantes parceiros comerciais nesse setor, sendo o Brasil o maior exportador de produtos agrícolas para a China, como soja, carne, café, açúcar e etanol. Além disso, os países têm realizado projetos de pesquisa e desenvolvimento em conjunto, como o Laboratório Virtual de Agricultura Brasil-China, que visa promover a inovação e a transferência de tecnologias entre as instituições científicas e acadêmicas dos dois países.

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