Uma equipe de pesquisadores da China e do Brasil descobriu um fóssil quase completo de uma espécie inédita de pterossauro na província de Liaoning, no nordeste da China. O achado foi feito no condado de Jianchang e remonta a aproximadamente 160 milhões de anos, no Período Jurássico Tardio.
O estudo, conduzido por especialistas do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia (IVPP) da Academia Chinesa de Ciências, da Universidade de Jilin, da Universidade Regional do Cariri, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e de outras instituições, foi publicado recentemente na revista Annals of the Brazilian Academy of Science.
A nova espécie foi batizada de Darwinopterus camposi sp. nov., em homenagem ao renomado paleontólogo brasileiro Diogenes A. Campos, que tem contribuído significativamente para a pesquisa paleontológica conjunta entre China e Brasil.
Uma nova peça no quebra-cabeça evolutivo
O Darwinopterus camposi pertence à família Wukongopteridae, um grupo importante de pterossauros da biota de Yanliao, uma formação fossilífera do nordeste da China.
Entre as características que o diferenciam de outras espécies da mesma família estão: uma crista pré-maxilar com margem dorsal reta, sem projeção extensa; uma superfície lateral lisa; e uma disposição dentária com 18 dentes em cada lado da mandíbula superior e 14 em cada lado da mandíbula inferior.

Além disso, o quarto osso falângico de seu dedo da asa é mais curto que o primeiro, um traço distinto dentro do grupo.
De acordo com Wang Xiaolin, um dos autores correspondentes do estudo e pesquisador do IVPP, a descoberta amplia a diversidade conhecida dos Wukongopteridae e oferece novas perspectivas sobre a evolução desse grupo de pterossauros.
China se consolida como referência em pesquisas sobre pterossauros
A China tem se destacado como um dos principais polos mundiais na pesquisa de pterossauros, impulsionada pelo crescente número de descobertas fósseis na província de Liaoning. Nos últimos anos, diversos sítios paleontológicos revelaram espécies inéditas, especialmente dentro da biota de Yanliao, que é mais antiga do que a famosa biota de Jehol, datando do Médio ao Final do Período Jurássico.
A colaboração entre paleontólogos chineses e brasileiros nessa área remonta a 2009, quando a família Wukongopteridae foi descrita pela primeira vez em conjunto. Desde então, foram identificados três gêneros e cinco espécies desse grupo. Com a nova descoberta, o número de espécies conhecidas chega a seis.
Segundo Wang, a equipe sino-brasileira continuará trabalhando em pesquisas aprofundadas sobre a evolução, o estilo de vida e o ambiente desses pterossauros, além de realizar comparações globais com outras espécies fósseis.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Xinhua