Empreendedorismo

Parcerias em tecnologia e agricultura marcam Cúpula China–América Latina em 2025

China–América Latina
Fonte da imagem: Xinhua

Nos dias 3 e 4 de novembro, Zhengzhou, capital da província chinesa de Henan, sediou a 18ª Cúpula de Empresários China–América Latina. O evento reuniu representantes governamentais, diplomatas, especialistas, acadêmicos e empresários de mais de 20 países da América Latina e do Caribe para discutir novas oportunidades de cooperação econômica e tecnológica.

Durante a Rodada de Negócios China–América Latina, comerciantes chineses e estrangeiros trocaram contatos e apresentaram produtos nas áreas de agricultura, tecnologia da informação e fabricação de automóveis.

A agricultura segue como um dos principais eixos de colaboração entre a China e os países latino-americanos. Nesta edição, os resultados de Henan em big data agrícola e melhoramento de sementes atraíram atenção de diversos participantes. O uruguaio Gustavo González, diretor de Desenvolvimento Rural do Departamento de Canelones, anunciou a assinatura de um memorando de entendimento entre o órgão e o Grupo de Investimento Agrícola de Henan para criar uma base de demonstração tecnológica, testar novas variedades de culturas e promover capacitação técnica.

Com políticas de incentivo à mobilidade elétrica em expansão na América Latina, o uso de ônibus elétricos chineses cresceu significativamente. Segundo o Radar de Ônibus Elétricos, até outubro de 2025 mais de 7 mil veículos estavam em operação na região. A fabricante Yutong, sediada em Henan, exportou mais de 2 mil ônibus de nova energia para países latino-americanos até setembro, o que representa cerca de 30% de suas exportações para a região.

O vice-presidente da Câmara de Comércio China–México, Víctor Cadena, destacou que ônibus da Yutong já circulam nas ruas mexicanas e que outras empresas chinesas estão ampliando investimentos no país. “Vejo aqui uma grande vitalidade de desenvolvimento”, afirmou.

Em janeiro, o Grupo Zhongyu Aviation firmou parceria com a Aeromexico e o Aeroporto Internacional Felipe Ángeles para criar um modelo de “duplo hub”: Zhengzhou como centro de distribuição de cargas para a Ásia e Cidade do México como polo logístico para a América Latina. A rota já opera cinco voos semanais e movimentou 17 mil toneladas de carga, das quais 90% são produtos de e-commerce transfronteiriço, com destino a países como Colômbia, Peru e Venezuela.

Segundo a Alfândega de Zhengzhou, entre janeiro e setembro deste ano, o comércio entre Henan e a América Latina somou 68,56 bilhões de yuans, alta de 10,5% em relação a 2024. No mesmo ano, o volume de trocas entre a China e a América Latina atingiu US$518,4 bilhões, o dobro do registrado dez anos antes. A China segue como segundo maior parceiro comercial da região e o principal parceiro de Brasil, Chile, Peru e Uruguai.

O avanço de empresas chinesas no mercado latino-americano também foi tema da cúpula. O grupo Mixue anunciou a abertura de sua primeira loja no Brasil ainda este ano e a construção de uma fábrica de suprimentos, com previsão de gerar 25 mil empregos. “A China tem milhares de produtos que podem não apenas ser exportados, mas também se desenvolver localmente”, afirmou José Ricardo dos Santos Luz Júnior, CEO do LIDE China.

Para Valeria Csusaki Cabrera, vice-ministra das Relações Exteriores do Uruguai, a cúpula fortaleceu os laços econômicos e comerciais entre a China e os países latino-americanos. Ela destacou que, com o avanço dos mecanismos de cooperação, o intercâmbio deve crescer em diversas áreas nos próximos anos.

Fonte: CCTV.com