Tecnologia

Óculos inteligentes impulsionam inovação científica e tecnológica na China

Óculos inteligentes
Fonte da imagem: Zhao Dingzhe/ Xinhua

O Plano Quinquenal da China aponta que a modernização do país deve se apoiar em ciência e tecnologia, acelerando a autossuficiência em pesquisa de alto nível e desenvolvendo novas forças produtivas. Nos últimos anos, Guangdong implementou uma estratégia de inovação contínua, superando gargalos científicos. Hoje, os avanços locais podem ser observados em óculos inteligentes que combinam teleprompter, tradução e filmagem.

Teleprompter, gravação e tradução em um único dispositivo

Metade dos óculos inteligentes vendidos na China é produzida em Shenzhen, que concentra mais de 70% da capacidade nacional de P&D desse setor. Ao usar o teleprompter integrado, os repórteres conseguem ler textos ajustados automaticamente, mesmo sob forte iluminação externa.

Antes dependentes de cinegrafistas, repórteres agora gravam entrevistas externas apenas pressionando um botão nos óculos. As imagens permanecem estáveis e as cores fiéis, mesmo em movimento rápido.

Um cliente norte-americano, David, testou os óculos no showroom. O dispositivo traduziu em tempo real falas do repórter do chinês para o inglês e de David do inglês para o chinês. A gravação automática gerou tanto o texto completo quanto um resumo com os principais pontos.

O uso prolongado pressiona o nariz, e o equipamento requer recarga após cinco a seis horas. Novas funções estão em desenvolvimento, como projeção de setas de navegação na rua diante do usuário.

Superando gargalos tecnológicos

A sobreposição de imagens nas lentes exigiu soluções avançadas. Antigamente, aumentar o brilho comprometia a transparência, enquanto priorizar a transparência causava sombras e imagens duplicadas.

A empresa SeeV Optoelectronics, em Guangzhou, resolveu o problema com chips de guia de ondas de luz. A tecnologia cria um “túnel de luz” dentro da lente, projetando imagens com precisão em uma área limitada, mantendo transparência no restante da lente. Cada grade óptica tem apenas algumas centenas de nanômetros, exigindo ajuste preciso para evitar luz residual.

A empresa possui mais de 100 patentes nacionais e internacionais. O próximo desafio é eliminar a linha divisória visível e aumentar a produção em escala. Li Xiaojun, presidente da SeeV, afirma que a equipe confia em superar gargalos de componentes, produção e desempenho.

Pesquisa científica e políticas de incentivo

O progresso combina pesquisa científica e força de mercado. A equipe de Li começou como grupo de pesquisa do Instituto Nacional de Inovação em Nanotecnologia da Grande Baía. Em 2020, o governo concedeu direitos de propriedade intelectual e financiamento para pesquisadores, incentivando a industrialização.

Li deixou o setor público em 2021, transformou sua pesquisa em empresa e expandiu espaço e receita em quatro anos. Hoje, a SeeV detém 61,4% do mercado global de lentes de guia de ondas e lidera as vendas mundiais.

Colaboração e ecossistema industrial

A 4ª Sessão Plenária do 20º Comitê Central do Partido Comunista da China reforçou o desenvolvimento de novas forças produtivas e a colaboração inter-regional. Shenzhen aplica a diretriz integrando empresas de tecnologia, manufatura e design.

A Appotronics Corporation adaptou seu conhecimento em projeção a laser para desenvolver o módulo óptico dos óculos, reduzindo custos em 50% e peso em 20%. Empresas tradicionais de óculos, como a LOHO, aprimoram o conforto e design para integrar mais componentes.

Segundo Kou Ningyan, secretário-geral da Aliança da Indústria de Óculos de IA de Shenzhen, o objetivo é quebrar barreiras entre empresas, conectar áreas multidisciplinares e criar novos motores de crescimento.

Além da colaboração local, empresas da Grande Baía ampliam a atuação global. Na IFA 2025, em Berlim, clientes europeus demonstraram interesse em combinar cadeia de suprimentos da Grande Baía com design europeu para criar produtos inovadores.

Os óculos inteligentes refletem a estratégia de Guangdong: tecnologia para resolver desafios, políticas para reduzir barreiras, colaboração para reunir forças e abertura para explorar oportunidades. Nos próximos cinco anos, a expectativa é que novas inovações tragam tecnologia ao cotidiano, atualizem a indústria e fortaleçam a economia de alta qualidade.

Fonte: news.cctv.com