Tecnologia

Mudas das sementes trazidas pela espaçonave chinesa Chang’e-5 serão plantadas no campo

Após completar a viagem lunar junto com a espaçonave chinesa Chang’e-5, com duração de 22 dias e 21 horas e distância de 760.000 quilômetros, as sementes de arroz são germinadas na estufa do Centro Nacional de Pesquisa de Tecnologia e Engenharia de Criação de Plantas Aeroespaciais (doravante denominado Centro de Criação), pertencente à Universidade Agrícola do Sul da China (SCAU, sigla em inglês). É possível que, até o final de março, as sementes sejam retiradas da estufa e plantadas no campo. No final de junho será feita a primeira colheita, e posteriormente farão o segundo plantio dessas sementes. 

(Ilustração das mudas que crescem dentro da estufa. Fonte: Xinhua Shidian, Diário do Povo)

Em 17 de dezembro do ano passado, Chang’e-5, as sementes de arroz voltaram à Terra junto com a Chang’e-5. Essa missão lunar trouxe importantes avanços para as pesquisas científicas realizadas pelo Centro de Criação.

As sementes que fizeram a viagem espacial junto com a espaçonave passaram por um rígido processo seletivo. E as sementes selecionadas foram denominadas como “Hangju Xiangsi”. Segundo Quo Tao, vice-diretor do Centro de Criação, as sementes devem ter características desejáveis pelos consumidores, e também deve atender às necessidades do país em relação à capacidade de produção de alimentos. 

(sementes de “Hangju Xiangsi”. Fonte: VCG.com, Diário do Povo)

Segundo os relatos, “Hangju Xiangsi” derivaram-se de plantas que também foram ao espaço nas missões anteriores. De acordo com Quo Tao, umas das plantas originárias é a chamada “Huahang 31”, ela é considerada como um “super arroz”, sofreu mutagênese espacial e depois foi germinada e criada com a tecnologia biológica moderna. Usando o padrão chinês, essa planta é de alta qualidade nível 2, e é bastante resistente às doenças e às temperaturas baixas, além de ser altamente adaptável a diferentes ambientes. E a outra planta originária é a “Hanghui 1508”. As sementes que foram levadas pela Chang’e-5 foram produzidas através do cruzamento dessas duas plantas e carregam, desse modo, 20 genes que os consumidores preferem, incluindo o de sabor. 

O vácuo, a microgravidade, o fraco campo magnético e a complexa radiação, todas essas características do espaço que o diferencia do ambiente terrestre induzem mutagêneses nas sementes. As variações genéticas são importantes para que o Centro de Criação possa conhecer novos genes, enriquecer os recursos genéticos das plantas e, consequentemente, criar suportes técnicos para garantir maior segurança alimentar. Além disso, o Centro de Criação pretende compreender os mecanismos moleculares e genéticos dos organismos vivos ao sofrerem influência do ambiente espacial, a fim de estudar sobre a origem da vida, a evolução das espécies e a biossegurança espacial. 

Quo Tao relatou que, de acordo com as experiências passadas, a germinação e criação de novo tipo de semente demora por volta de dois anos. E o aperfeiçoamento posterior pode levar de 3 a 5 anos. Por enquanto, estima-se que essas sementes terão uma produtividade de 10% a 15% maior, e a qualidade dos alimentos também será melhorada. 

 

 

Fonte: Diário do Povo; Página Oficial da “The CPC Central Commission for Discipline Inspection” (CCDI)