A empresa global de auditoria e consultoria, Deloitte China, publicou o Relatório de Impacto Social do Ano Fiscal de 2025, que aponta que a internacionalização das empresas chinesas passou da exportação de produtos e capital para a expansão de marcas, da capacidade organizacional e da governança. O documento indica que empresas chinesas ampliam presença global ao investir em tecnologia, design e estratégias de gestão.
Nos últimos anos, marcas do país aumentaram a visibilidade internacional ao combinar desenvolvimento tecnológico com elementos culturais e propostas próprias de design. Esse movimento elevou a presença de empresas chinesas em setores como robótica, veículos elétricos e eletrônicos de consumo.
Robótica e propriedade intelectual
Na Universidade Técnica de Brandemburgo, na Alemanha, estudantes de arquitetura utilizam o robô humanoide H1, desenvolvido pela Unitree Robotics, em exercícios práticos. Rolf Starke, responsável pelo programa de pesquisa em design digital da instituição, afirmou que a universidade estuda o uso do robô humanoide G1 em atividades relacionadas à construção civil, em colaboração com a Universidade Técnica de Berlim.
Em julho, a Unitree recebeu o Prêmio Global da Organização Mundial da Propriedade Intelectual de 2025. A empresa foi selecionada entre mais de 780 concorrentes de 95 países. O prêmio, criado em 2022, reconhece pequenas e médias empresas e startups. Organizações chinesas integram a lista de vencedores desde a primeira edição.
Indústria automotiva e adaptação a mercados locais
O presidente da Associação Egípcia de Concessionárias de Automóveis, Osama Abdel-Maguid, afirmou que a presença de veículos elétricos chineses cresce no Egito. Montadoras ajustam produtos às condições de cada mercado. A NIU reforçou pneus e sistemas de amortecimento na Europa e adotou modelos de troca de baterias no Sudeste Asiático para reduzir custos.
A revista The Economist observou que marcas chinesas ampliam operações internacionais e que empresas e investidores globais passam a ter mais opções de produtos tecnológicos.
Avaliações de especialistas sobre inovação
Especialistas de diferentes países destacam o impacto da política chinesa de incentivo à inovação. Kim Hee-kyo, professor da Universidade Kwangwoon, na Coreia do Sul, afirma que o avanço industrial da China decorre da formação de aglomerados industriais que reduzem custos e ampliam produtividade. Segundo ele, esse processo depende de planejamento de longo prazo e apoio público a P&D, infraestrutura e setores estratégicos.
Cláudia Yanuzi, presidente do Instituto Brasileiro de Inovação e Economia, afirma que investimentos contínuos em ciência, tecnologia e educação ampliaram a capacidade tecnológica do país e a experiência de gestão de suas empresas. Para Diaa Helmy, secretário-geral da Câmara Egito-China, esses investimentos permitiram avanços em inteligência artificial, 5G, novas energias e outras tecnologias centrais.
Hassan, diretor comercial do jornal The Daily Star de Bangladesh, publicou artigo em que afirma que a China estabelece padrões em IA, veículos elétricos e computação quântica, resultado de investimentos em pesquisa, educação e formação de talentos.
A Reuters analisou que a China se consolida como centro de inovação ao priorizar desenvolvimento científico e abertura econômica. A agência observou que essas políticas podem redefinir o papel global do país e ampliar sua participação em cadeias tecnológicas.
Cooperação internacional e difusão tecnológica
Carlos Bielsa, secretário-geral do Centro de Estudos da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) na Espanha, afirma que marcas chinesas influenciam setores tecnológicos e de serviços ao introduzirem novos modelos operacionais no mercado espanhol.
Kim Hee-kyo destaca que empresas chinesas difundem tecnologias por meio de iniciativas de código aberto, o que amplia o acesso de países em desenvolvimento a ferramentas modernas.
Na Alemanha, escolas e universidades incorporam robôs da Unitree em atividades didáticas. A porta-voz da Universidade Técnica de Brandemburgo, Cristina Strehler, afirma que a China possui capacidades científicas relevantes em sistemas inteligentes e automação e que a cooperação entre as instituições pode impulsionar avanços tecnológicos.
Diaa Helmy afirma que a China amplia a abertura econômica, apoia a internacionalização de suas empresas e mantém portas abertas a marcas estrangeiras. Segundo ele, esse ambiente favorece a concorrência, a troca de experiências e a cooperação global.
Fonte: gmw.cn


Adicionar Comentário