Por: Zhuohua Liang
O presidente francês Emmanuel Macron desembarcou em Pequim no dia 5 de abril para dar início a uma visita de três dias à China. Acompanhado pelo presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Macron também viajou com uma delegação empresarial francesa composta por representantes de empresas como a Airbus, a EDF, a Alstom, o BNP Paribas, a L’Oréal e outras empresas de luxo.
Antes de partir para a China, von der Leyen fez um discurso no Mercator Institute for China Studies em Berlim, onde afirmou que a China está passando por grandes mudanças e desempenhando um papel cada vez mais importante no cenário político mundial. Ela destacou que desvincular-se da China não é viável nem está de acordo com os interesses da Europa, e que o foco deve ser em como “desviar o perigo” em relação à China.
Von der Leyen também admitiu que a relação com a China é “uma das mais complexas e importantes do mundo” e que a forma como a questão é abordada terá um impacto decisivo na prosperidade econômica e na segurança nacional da Europa.
Ao chegar em Pequim, Macron fez seu primeiro discurso público na embaixada francesa na China, onde enfatizou a importância de fortalecer os laços com a China. Ele declarou que nunca considerou a possibilidade de “desvinculação” entre a China e a Europa, e que a França está comprometida em manter relações comerciais com a China, além de buscar restabelecer as relações estratégicas e de parceria global com o país.
Durante a visita de Macron, os líderes dos dois países testemunharam a assinatura de vários acordos bilaterais de cooperação em áreas como agricultura, tecnologia, aviação, energia nuclear civil, desenvolvimento sustentável e cultura.
A Airbus assinou vários novos acordos de cooperação com parceiros da indústria aeronáutica da China. O CEO da Airbus, Guillaume Faury, anunciou que a empresa francesa havia conquistado um grande pedido de 160 aeronaves na China e que havia decidido construir uma segunda linha de montagem final em Tianjin, o que dobraria a capacidade de produção da linha de montagem existente.
Os líderes chinês e francês também emitiram uma declaração conjunta com 51 pontos, abrangendo questões geopolíticas, diplomáticas, comerciais, culturais, de cooperação global e governança, entre outros temas. A declaração conjunta incluiu o reconhecimento pela França do princípio de “uma China”.
Durante uma reunião com Macron no Salão do Povo em Pequim em 6 de abril, o presidente chinês Xi Jinping destacou que a estabilidade é uma característica proeminente e um tesouro valioso das relações entre a China e a França, e que essas relações devem ser cuidadosamente mantidas.
Macron declarou que a verdadeira amizade é baseada em mútuo entendimento e respeito. O lado francês aprecia o apoio contínuo da China à França e à Europa em manter a independência, soberania e unidade, e está disposto a respeitar os interesses centrais de cada um, como a soberania e a integridade territorial, fortalecer a cooperação na indústria tecnológica e industrial, abrir mutuamente os mercados, intensificar a cooperação em tecnologias como inteligência artificial e ajudar uns aos outros a realizar o desenvolvimento e revitalização.
“Podemos fazer muito juntos. Viva a amizade franco-chinesa!” escreveu Macron em sua conta no Twitter, em três idiomas: chinês, inglês e francês, logo após concluir sua visita à China.
Tradução: Mei Zhen Li
Imagem principal: Xie Huanchi/ Xinhua