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Homem que “ressuscitou” avó com IA provoca debate na China

IA

Um homem de Xangai recentemente publicou um vídeo no qual usou inteligência artificial para criar uma versão digital de sua falecida avó, informou o portal yangtse.com, na segunda-feira (10).

O homem, de 24 anos, usa o nome Wu Wuliu no Bilibili, uma das plataformas de compartilhamento de vídeo mais populares do país. Ele postou o vídeo em homenagem à sua avó, que morreu em janeiro. Wu disse que sua avó o criou quando era criança e que eles tinham um relacionamento próximo, acrescentando que só trocou algumas palavras simples com ela durante seus últimos dias e não consegue lidar com a perda.

Como designer visual, Wu teve a ideia de “trazê-la de volta” imitando sua aparência, voz, personalidade e memórias por meio de aplicativos de IA. Ele importou várias fotos de sua avó para os programas para criar um avatar realista e depois enviou suas mensagens verbais para simular sua voz e sotaque. Finalmente, ele transformou a linguagem da IA em conversas que poderiam acontecer entre ele e sua avó.

A “avó” pode piscar os olhos, acenar com a cabeça e até rir calorosamente. Quando Wu perguntou se ela tinha preparado bens de férias para o Festival da Primavera, ela disse no dialeto: “Comprei duas garrafas de óleo de cozinha e elas cheiram bem”.

Quando Wu perguntou o que ela disse ao seu pai quando estava viva, ela disse: “Eu disse a ele para não beber demais, economizar dinheiro e parar de jogar”.

Ao conversar com ela, Wu disse que poderia amenizar a dor de sua perda, acrescentando que sabia que era uma ilusão reconfortante.

As reações dos usuários da Internet foram mistas. Alguns apoiaram Wu, já que as pessoas “reconectando” com entes queridos falecidos por meio da ajuda da IA podem trazer conforto. Outros acharam que tal réplica é sem sentido e poderia manter as pessoas presas em suas memórias.

“De uma perspectiva psicológica, em comparação com itens tradicionais como fotografias póstumas e pertences pessoais, a tecnologia de IA pode preservar melhor a imagem e a personalidade de entes queridos falecidos, proporcionando conforto aos que estão de luto”, disse Chen Zhilin, conselheiro psicológico de nível nacional.

“No entanto, deve-se evitar a dependência excessiva dela. Mais importante ainda, devemos aprender a valorizar o presente”.

Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: National Business Daily

Imagem principal: @Wu Wuliu/ Screenshot – Bilibili