Economia

Governo da China planeja zerar a importação ilegal de lixo e indústria de reciclagem ganha novas oportunidades de negócio

A China combate a importação de “lixo estrangeiro”, enquanto regulamenta a construção de sistemas de reciclagem de resíduos sólidos e acelera o desenvolvimento das indústrias de processamento e reutilização de resíduos sólidos.

Na conferência de imprensa periódica realizada no dia 30 pelo Ministério Ecológico e Ambiental (MEE, na sigla em inglês), Qiu Qiwen, Diretor Geral do Departamento de Resíduos Sólidos e Químicos, disse que desde a proibição da importação de “lixos estrangeiros”, os membros do grupo de coordenação interministerial trabalharam para o fortalecimento da conservação de recursos e do uso intensivo, assim como para a melhora da reutilização dos resíduos sólidos domésticos.

Por muitos anos a China importou lixo de outros países para fins comerciais, por exemplo, roupas utilizadas que não foram higienizadas e transportadas em ambiente precário que carregam microrganismo maléficos. Além disso, papéis, piano, eletrônicos, peças de automóveis, entre outros.

O MEE tem trabalhado na implementação da proibição dos “lixos estrangeiros”, a meta de importação zero deve ser alcançada até o final de 2020.

A China era o maior importador mundial de “lixo estrangeiro”. Desde os anos 1980, com o rápido desenvolvimento das indústrias baseadas na manufatura doméstica, a China começou a importar resíduos sólidos, comumente conhecidos como “lixo estrangeiro”, do exterior para aliviar a escassez de matéria-prima interna.

Um tipo clássico de “lixo estrangeiro” é o papel utilizado. Estes resíduos são uma das matérias-primas importantes da indústria de papel e celulose da China. As estatísticas da “China Paper Association” mostram que em 2019, existiam cerca de 2.700 empresas nacionais de produção de papel e papelão, tendo uma produção de 10.765 milhões de toneladas, um aumento de 3,16% em relação ao ano anterior. Quase 70% do papel da China vem de resíduos de papel, enquanto os resíduos de papel importados em todos os anos anteriores ocupavam 1/3 do total de resíduos de matérias-primas de papel da China.

A importação de “lixo estrangeiro” atende às necessidades de produção de algumas empresas, mas também coloca em risco a segurança ecológica da China e a saúde de sua população.

Estatísticas divulgadas pelo MEE mostram que houve uma redução na importação de resíduos sólidos nos últimos anos. Em 2016, antes da reforma, a importação foi de 46,55 milhões de toneladas. Em 2017, 42,27 milhões de toneladas; 2018, 22,63 milhões de toneladas; e em 2019, 13,48 milhões de toneladas. A redução foi de 9,2% (2017), 51,4% (2018) e 71% (2019).

A partir de 15 de novembro de 2020, as importações totais de resíduos sólidos do país atingiram 7,18 milhões de toneladas, uma diminuição de 41% em relação ao ano anterior.

Qiu disse aos repórteres que o MEE continuaria a trabalhar com a Administração Geral Aduaneira para combater o contrabando de “lixo estrangeiro”, impor sanções rigorosas para a importação de resíduos sólidos e outras atividades ilegais, cortar efetivamente a cadeia de suplementos do contrabando de “lixo estrangeiro”. Ao mesmo tempo, aumentar os esforços de gerenciamento e consolidação das áreas de coleta e distribuição de resíduos sólidos, reforçar a supervisão da indústria de reciclagem de resíduos sólidos, investigar os processos ilegais e punir de acordo com a lei.

Ele disse aos repórteres que os departamentos relevantes estão regulamentando a construção de um sistema de reciclagem de resíduos sólidos. O Ministério da Habitação e Desenvolvimento Urbano e Rural está trabalhando com departamentos relevantes para promover o lançamento completo da classificação de lixo (coleta seletiva) em cidades acima do segundo nível administrativo, e chegando a 81,2% de cobertura das áreas residenciais com coleta seletiva em 46 cidades-chave.

Os Correios do Estado estão promovendo a redução dos materiais de embalagem, a taxa de utilização de sacos de trânsito recicláveis chegou a 87,2%. O MEE está gerenciando um sistema centralizado de coleta e transferência trans-regional para fabricantes de baterias de chumbo em Pequim e mais de 20 províncias.

Hoje o repórter da Yicai Finance, recebeu estatísticas do MEE mostrando que, até agora, os pontos de teste da China de “cidade sem resíduos” foram traçados mais de 900 tarefas e 500 projetos, com investimento de mais de 120 bilhões de yuans (R$ 97,92 bilhões).

 

 

Fonte: Yicai Finance