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Governo chinês anuncia metas para fortalecer mercado interno em 2026

China mercado 2026
Fonte: XIE HUANCHI/XINHUA

A China definiu as prioridades da política econômica de 2026 na Conferência Central de Trabalho Econômico, encerrada na quinta-feira (11), e anunciou que vai fortalecer o mercado interno para sustentar o crescimento e enfrentar pressões externas.

Xi Jinping, secretário-geral do Partido Comunista da China, presidiu a reunião. Ele avaliou o desempenho econômico previsto para 2025, descreveu o cenário atual e apresentou as diretrizes para o próximo ano.

O encontro estabeleceu que o país deve ampliar a demanda interna, aprofundar a construção de um mercado nacional unificado e desenvolver novas forças produtivas adaptadas às condições locais. Segundo o comunicado final, essas ações buscam garantir “melhoria qualitativa efetiva” e “crescimento quantitativo razoável”.

O documento afirma que o país precisa reforçar a capacidade de lidar com desafios externos. Também destaca a necessidade de aprimorar o apoio político, avançar nas reformas e incentivar a inovação. A análise da conferência aponta problemas recorrentes e novos riscos, entre eles o impacto do ambiente internacional, o descompasso entre oferta e demanda e vulnerabilidades em áreas-chave. O texto afirma que a maioria das questões decorre do processo de desenvolvimento e pode ser resolvida.

O governo manteve o princípio de “buscar o progresso com estabilidade” e defendeu melhor coordenação entre políticas internas e estratégias voltadas ao comércio internacional. O comunicado indica que o país deve alinhar políticas incrementais às já existentes e intensificar ajustes anticíclicos e transcíclicos para elevar a eficiência da governança macroeconômica.

Para 2026, a China adotará política fiscal mais ativa e política monetária moderadamente acomodatícia. A definição da política monetária considerará a necessidade de manter o crescimento econômico e permitir aumento razoável dos preços. O governo pretende usar de forma flexível instrumentos como cortes na taxa de compulsório e nas taxas de juros, mantendo liquidez ampla e orientando o crédito para demanda interna, inovação tecnológica e pequenas e médias empresas. O país também manterá a estabilidade da taxa de câmbio do renminbi dentro de nível considerado adequado.

O plano prevê fortalecer o mercado interno por meio de uma campanha de estímulo ao consumo, medidas para ampliar renda urbana e rural, revisão de políticas de consumo e remoção de restrições que limitam compras. O governo também quer explorar o potencial dos serviços. O investimento será sustentado pelo aumento dos aportes do orçamento central, pelo uso de títulos da dívida local e por projetos de renovação urbana.

A conferência também priorizou o crescimento apoiado em inovação. O país criará centros internacionais de ciência e tecnologia em Pequim, Xangai e na Grande Área da Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau. O governo pretende aprimorar a proteção da propriedade intelectual em setores emergentes, lançar um plano de ação para o setor de serviços e implementar nova rodada de iniciativas para elevar a qualidade da cadeia industrial em áreas estratégicas.

As diretrizes de reforma abrangem medidas para ampliar a vitalidade do mercado, fortalecer o mercado nacional unificado, coibir competição desleal, reformar empresas estatais e apoiar o setor privado. O comunicado também menciona ações para resolver atrasos de pagamentos a empresas e aprofundar reformas em investimento e financiamento no mercado de capitais.

O país continuará a ampliar a abertura econômica. As prioridades incluem avanços na abertura institucional, expansão da abertura no setor de serviços e fortalecimento das zonas de livre comércio e do Porto de Livre Comércio de Hainan. A China também impulsionará o comércio digital e verde, aprimorará a cooperação da Iniciativa Cinturão e Rota e buscará novos acordos comerciais regionais e bilaterais.

A conferência ainda abordou políticas para integração urbano-rural, desenvolvimento regional equilibrado, transição verde e melhorias no bem-estar social. O texto orienta o governo a considerar cenários adversos e mitigar riscos com prudência, especialmente no setor imobiliário e na dívida pública local. Entre as medidas previstas estão ações para estabilizar o mercado imobiliário e definir um novo modelo de desenvolvimento para o setor.

Fonte: China Daily