Economia

Consumidores chineses boicotam H&M, Nike e outras marcas após acusações de violações em Xinjiang

Algumas marcas internacionais estão sofrendo boicote dos consumidores chineses após terem interrompido o uso de algodão produzido na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China. A polêmica começou com a suspensão da emissão de certificados da Better Cotton Iniciative (BCI), instituição da Suíça, para os produtores de algodão de Xinjiang em 21 de outubro de 2020. A BCI alega haver trabalho forçado, discriminação religiosa e outras violações na região de Xinjiang. Segundo as autoridades chinesas, não há provas concretas das acusações.

O assunto viralizou na internet quando marcas internacionais, principalmente a H&M, divulgaram o encerramento do uso de algodão de Xinjiang, de acordo com os julgamentos da BCI. Logo depois, gerou fortes ressentimentos nos consumidores chineses.

Em 21 de outubro de 2020, a BCI emitiu uma declaração em inglês que afirmava “alegações contínuas de trabalho forçado e outras violações dos direitos humanos na região de Xinjiang”. A BCI é suspeita de interferir nos assuntos internos de outro país, o que não é permitido pela China. A H&M tomou a decisão de “parar de usar algodão de Xinjiang” em outubro de 2020 com base no julgamento da BCI. Em 24 de março de 2021, a H&M manteve sua declaração sobre o boicote ao algodão Xinjiang.

Em 24 de março de 2021, o principal canal de televisão da China, CCTV, comentou na internet: “O ‘trabalho forçado’, ‘discriminação religiosa’ em Xinjiang que o Grupo H&M acredita é um absurdo.”

Em 24 de março de 2021, a empresa chinesa de roupas, calçados e acessórios de esportes, Anta Sports, emitiu uma declaração dizendo que havia tomado nota da declaração emitida pela BCI, que estava seriamente preocupada com o assunto, e que iria iniciar os procedimentos relevantes para se retirar da organização.

 

Boicote até o momento

Várias plataformas de e-commerce retiraram os produtos e as lojas oficiais da H&M, as lojas físicas não são mais reveladas nos aplicativos de mapas. Além disso, várias celebridades chinesas cancelaram contratos de cooperação e algumas lojas físicas foram fechadas pela administração dos shoppings onde estão. O Ministério de comércio e Ministério de Relações Internacionais reagiram sobre o assunto, esclarecendo e combatendo as acusações sem provas.

 

Empresa H&M

A H&M foi fundada na Suécia em 1947, vendendo principalmente roupas e cosméticos, entrou oficialmente no mercado chinês em 2007. Informações do site oficial da H&M mostram que suas vendas líquidas em 2020 de 187 bilhões de coroas suecas (US$ 21,60 bilhões), com 5.000 pontos de vendas em 74 mercados diferentes.

 

 

Fonte: Beijing Daily; 21st Century Business Herald