Empreendedorismo

Conferência Mundial do Gás reúne líderes do setor em Pequim e destaca projetos estratégicos da China e do Japão

Conferência Mundial do Gás
Fonte da imagem: Du Penghui/ Xinhua

Pequim sediou, entre 20 e 23 de maio, a 29ª edição da Conferência Mundial do Gás (WGC 2025), realizada pela primeira vez na China desde sua criação em 1931, em Londres. O evento ocorre a cada três anos e é considerado o principal encontro internacional da indústria do gás.

A conferência teve como tema “Capacitando um Futuro Sustentável” e atraiu mais de 200 empresas de energia de 70 países. Participaram nomes como Shell, TotalEnergies, QatarEnergy, BP, ExxonMobil, Petronas, além das três principais estatais chinesas do setor, CNPC, Sinopec e CNOOC. Empresas de gás do downstream, como ENN Group, China Gas Holdings e Shenergy Group, também marcaram presença.

Segundo a presidente da União Internacional do Gás, Li Yalan, a China se destaca como maior importadora mundial de gás natural e GNL. “O país chama atenção internacional pela experiência no desenvolvimento do setor energético”, afirmou na abertura.

Paralelamente à conferência, uma exposição de 50 mil metros quadrados reuniu cerca de 300 expositores. De acordo com a organização, até a véspera da abertura, o número de inscritos ultrapassava 2.700, sendo mais de 40% de fora da China.

O estande da Shenergy Group apresentou seu plano em três frentes: biometano, gaseificação de biomassa e produção de metanol verde por hidrogênio verde e tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCUS). Em setembro de 2024, a empresa firmou parceria com a Municipal Investment (Group) Corporation, Huayi Group e Shanghai International Port Group para implantar um projeto de metanol verde com capacidade de 100 mil toneladas anuais em Xangai. A entrega está prevista para o fim de 2025.

A produção do metanol verde envolve a integração do biometano coletado por meio da subsidiária Shenergy Environment e da Shanghai Gas Group à rede urbana. Dois projetos estão em operação: a purificação do biogás de uma granja de suínos em Songlin e a integração do biometano do principal centro municipal de resíduos orgânicos de Xangai.

A Associação Japonesa de Gás apresentou a tecnologia de metano sintético por eletrólise, o e-metanol, desenvolvida em conjunto com empresas como Tokyo Gas e Osaka Gas. A substância é obtida pela combinação de dióxido de carbono com hidrogênio e permite a recaptura do CO2 gerado, criando um ciclo fechado de emissões. O e-metanol pode utilizar a infraestrutura atual de gasodutos e tanques, reduzindo os custos de implantação.

A associação tem como meta substituir 90% do gás urbano japonês por e-metanol até 2050. Em recente exposição no Japão, a Osaka Gas demonstrou a tecnologia em operação.

Durante o evento, diversas empresas buscaram ampliar parcerias. A China Gas Holdings destacou soluções em comércio de gás, energia integrada, e-commerce, energia elétrica, renováveis e inteligência artificial. Sua subsidiária Yipin Smart Living exibiu um “ecossistema de cozinha” com integração de sistemas de exaustão e segurança, móveis planejados e serviços personalizados para residências.

O responsável da unidade informou que a empresa avalia a expansão para mercados como Austrália e Sudeste Asiático, onde há alta urbanização e demanda potencial. Sobre a Tailândia, destacou a estabilidade socioeconômica, concentração urbana e capacidade de consumo da população.

A Petronas também participou da conferência. Em entrevista ao jornal Yicai, um representante afirmou que a empresa preparou-se por um ano para o evento e destacou a parceria com empresas chinesas, incluindo encontros com as “três grandes” e com a Shenergy Group.

A Petronas é atualmente o quarto maior fornecedor de GNL para a China, com exportações anuais de cerca de 8 milhões de toneladas. A parceria com a Shenergy começou em 2009, com um contrato de fornecimento de 25 anos. Hoje, a empresa fornece 5,4 milhões de toneladas de GNL por ano para atender mais da metade da demanda de gás natural de Xangai.

O representante também mencionou que 2024 marca os 50 anos de relações diplomáticas entre China e Malásia, o que fortalece o ambiente para novos acordos comerciais no setor.

Fonte: yicai.com