Por: Zhuohua Liang
O Citigroup revelou uma mudança estratégica significativa, anunciando a transferência de seus negócios de gestão de fortunas de clientes individuais na China continental para o HSBC China. Essa transação abrange contas, depósitos e produtos de gestão de fortunas detidos por clientes individuais em 11 cidades chinesas de destaque, com um valor total de cerca de US$ 3,6 bilhões em ativos. A conclusão dessa negociação está prevista para o primeiro semestre de 2024.
Essa decisão vem em meio à pressão de desempenho que o Citigroup enfrenta, com a necessidade urgente de reduzir custos operacionais para impulsionar seus lucros. O banco apresentou, em meados de julho deste ano, seu relatório de resultados financeiros do segundo trimestre de 2023, que revelou uma queda de 1% na receita em comparação com o ano anterior, totalizando US$19,4 bilhões. O lucro líquido, por sua vez, sofreu uma redução significativa de 35,89%, atingindo US$2,915 bilhões. Em 13 de setembro, a CEO Jane Fraser anunciou uma reestruturação abrangente, considerada a maior dos últimos 20 anos, com o objetivo de impulsionar o desempenho das ações do Citigroup.
No ano passado, o Citigroup já havia antecipadamente anunciado a gradual saída de seus negócios de bancos pessoais na China, um movimento que deve impactar cerca de 1.200 funcionários no país asiático. Esses negócios englobam cartões bancários pessoais, hipotecas, empréstimos pessoais, depósitos, investimentos e seguros. No entanto, é importante destacar que essa reorganização não afetará as operações corporativas do Citigroup na China continental, reafirmando o compromisso contínuo da instituição com seus clientes corporativos e institucionais no país.
Por outro lado, o HSBC China, que está adquirindo esses negócios, expressa confiança em sua expansão nos negócios pessoais na China. Wang Yunfeng, CEO e presidente do HSBC China, enfatiza a importância estratégica desse mercado para o Grupo HSBC, destacando a confiança na tendência de crescimento econômico de longo prazo na China. O HSBC possui fortes laços com o país asiático, tendo sido fundado em Hong Kong em 1865 e mantém sua posição como o maior banco estrangeiro com conexões estreitas com a China. O Grupo Ping An Insurance da China se tornou o maior acionista do HSBC Group desde 2017, detendo mais de 8% das ações. Em 2021, o HSBC registrou um lucro antes de impostos de US$18,9 bilhões, com a contribuição da região asiática atingindo US$12,2 bilhões, o que representa 64,6% do total.
Em um contexto mais amplo, o setor bancário estrangeiro na China tem enfrentado desafios para crescer, com muitas instituições optando por deixar o mercado chinês. Segundo dados, já ocorreram 58 saídas de bancos estrangeiros, incluindo o Royal Bank of Scotland e o Deutsche Bank, que encerraram suas operações de varejo na China em 2013. Até o final de 2022, os ativos dos bancos estrangeiros na China totalizavam cerca de 3,76 trilhões de yuans, representando aproximadamente 1% do total de ativos do setor bancário chinês.
Tradução: Mei Zhen Li
Imagem principal: Wang Lei/ Xinhua