A Feira Internacional de Comércio de Serviços da China (CIFTIS) será realizada de 10 a 14 de setembro de 2025 no Parque Shougang, em Pequim. O evento terá como tema “Liderança Digital e Inteligente, Renovação do Comércio de Serviços” e reunirá a Cúpula Global de Comércio de Serviços, fóruns, exposições e negociações de contratos, com foco na digitalização e na integração entre comércio e inovação.
No primeiro semestre deste ano, o comércio de serviços da China alcançou 3,887 trilhões de yuans em importações e exportações, um crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. O setor de viagens liderou a expansão, movimentando 1,08 trilhão de yuans, alta de 12,3%. As exportações de serviços de turismo tiveram salto de 68,7%, impulsionadas por medidas como a ampliação do trânsito sem visto para até 240 horas, facilidades no uso de pagamentos digitais por estrangeiros e a política de reembolso de impostos na saída do país. Segundo a Administração Tributária Estatal, o número de lojas credenciadas para oferecer reembolso dobrou, ultrapassando 7.200 em todo o território chinês, enquanto a quantidade de turistas que utilizaram o benefício aumentou 186%.
Além do turismo, os serviços digitais e intensivos em conhecimento sustentaram a expansão do comércio de serviços, com movimentação de 1,502 trilhão de yuans, alta de 6%. As exportações somaram 865 bilhões, com superávit de 227,5 bilhões de yuans. Telecomunicações, computação, informação e propriedade intelectual se destacaram entre os segmentos de maior crescimento. Nesse cenário, o processamento de dados recebidos desponta como modelo emergente. Em Hainan, a primeira Zona Franca Digital do país já gerou mais de 20 milhões de yuans em receita ao transformar dados estrangeiros em produtos organizados para exportação.
O setor de jogos digitais também reforçou a pauta exportadora. Entre janeiro e junho, empresas chinesas faturaram 9,5 bilhões de dólares no exterior, aumento de 11% sobre o ano anterior, com títulos como Honor of Kings, Genshin Impact e Black Myth: Wukong conquistando mercados na América do Norte, Japão e Europa.
A China também busca integrar serviços digitais à economia real. Portos como o de Chancay, no Peru, e o de Pireu, na Grécia, já operam com veículos autônomos, guindastes automatizados e sistemas de energia limpa implantados por empresas chinesas. No transporte marítimo, o cargueiro CSPC Horizon, projetado para celulose, realizou sua primeira viagem de grãos entre Brasil e China com ajustes logísticos personalizados, exemplificando a capacidade de adaptação da frota chinesa.
Para Li Xingchen, pesquisador do Instituto de Economia Internacional da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, a expansão de áreas como cultura digital, educação online e saúde transfronteiriça reforça a competitividade chinesa em telecomunicações e serviços de informação. Segundo ele, o comércio digital deve se consolidar como motor da inserção do país nas cadeias globais de valor.
Fonte: people.com.cn
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