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Cientistas chineses detectam manto lunar mais frio no lado oculto da Lua

Manto lunar mais frio
Fonte da imagem: Jin Liwang/ Xinhua

A Administração Espacial Nacional da China (CNSA) e a Agência Chinesa de Energia Atômica (CNAEA) divulgaram os resultados mais recentes de pesquisas conduzidas pelo Instituto de Geologia de Pequim, pela Universidade de Pequim e pela Universidade de Shandong. As análises das amostras coletadas pela missão Chang’e-6, que pousou no lado oculto da Lua, indicam que o manto lunar nessa região é mais frio do que o do lado visível, uma descoberta inédita que amplia o entendimento sobre as diferenças estruturais entre os dois hemisférios da Lua. Os resultados foram publicados no site da revista científica Nature Geoscience.

Segundo os pesquisadores, a análise das amostras de basalto revelou a presença de clinopiroxênio, plagioclásio e outros minerais típicos. A equipe calculou a temperatura e a pressão de cristalização desses minerais por meio de três termobarômetros distintos. Para validar os resultados, os cientistas também simularam o processo de cristalização do basalto Chang’e-6 em um modelo petrológico. Os quatro métodos empregados indicaram resultados consistentes: a temperatura de cristalização do material do lado oculto é de cerca de 1.100 °C, aproximadamente 100 °C inferior às amostras do lado visível, como as obtidas pela missão Chang’e-5.

Com base na composição química total das rochas, os pesquisadores reconstruíram o magma original e estimaram a temperatura potencial do manto lunar. O cálculo indicou que o manto do lado oculto atinge cerca de 1.400 °C, enquanto o do lado próximo chega a aproximadamente 1.500 °C. Para confirmar a diferença térmica, a equipe utilizou dados de sensoriamento remoto, comparando áreas basálticas nos dois hemisférios da Lua. A análise mostrou que a temperatura do manto no lado oculto é, em média, 70 °C mais baixa, corroborando os resultados obtidos nas amostras.

Fonte: gmw