O reavivamento econômico da China em 2024 destacou sua posição crucial em impulsionar o crescimento na Ásia. No recente Fórum Boao para a Ásia (BFA) Anual de 2024, ficou claro que o país busca aprofundar sua integração global e continuar impulsionando a expansão econômica regional. Sua liderança se torna cada vez mais vital na moldagem da trajetória econômica da região e na promoção da estabilidade global.
Segundo um relatório divulgado no BFA, a dependência global do comércio asiático permaneceu estável, enquanto a interdependência comercial entre as economias asiáticas permaneceu em níveis elevados em 2022. Tanto a China quanto a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) mantiveram-se como pilares do comércio de bens na região.
Impulsionadas por exportações robustas e demanda doméstica resiliente, a maioria das economias asiáticas está posicionada para superar seus pares ocidentais em termos de crescimento. No caso da China, maior economia da região, uma série de dados recentes destaca a resiliência e o ímpeto de sua economia doméstica, apontando para uma recuperação constante e fornecendo estímulo para toda a Ásia.
A China destaca-se como um motor significativo dessa narrativa regional. Nos primeiros meses de 2024, seu ímpeto econômico surpreendeu, estabelecendo uma base sólida para o ano. Novos dados do Escritório Nacional de Estatísticas revelaram um aumento impressionante de 7% na produção industrial nesse período, superando as previsões de um modesto incremento de 5%. Esse impulso foi o maior observado em quase dois anos, evidenciando a resiliência notável do setor manufatureiro chinês em meio a desafios globais.
Essa resiliência não apenas fortaleceu a estabilidade econômica da China, mas também refletiu sua capacidade de adaptação e inovação diante da adversidade. O sólido desempenho das vendas no varejo, um indicador-chave de consumo doméstico, registrou um crescimento de 5,5%, superando as expectativas.
Ramificações para a economia asiática
O desempenho econômico doméstico robusto nos primeiros meses de 2024 tem potenciais efeitos positivos para toda a economia asiática. A produção industrial vigorosa sinaliza uma demanda crescente por matérias-primas e bens intermediários de outros países asiáticos, alimentando o comércio e as atividades econômicas na região.
A dependência chinesa de componentes eletrônicos e maquinaria sul-coreanos impulsiona as exportações da Coreia do Sul para a China, estimulando o crescimento econômico sul-coreano. Da mesma forma, o Vietnã, como destino-chave para a terceirização de manufatura, pode se beneficiar do aumento da demanda chinesa por insumos.
O fortalecimento do consumo interno chinês também oferece oportunidades para países asiáticos exportadores, impulsionando suas economias.
Desafios e oportunidades regionais
A integração econômica regional continua avançando na Ásia, com acordos comerciais e parcerias impulsionando a cooperação e os investimentos. O potencial de crescimento do consumo interno chinês representa uma oportunidade significativa para países vizinhos participarem da cadeia de suprimentos chinesa.
O impacto potencial de um adicional de US$ 3,5 trilhões na economia chinesa nos próximos 15 anos destaca a importância de priorizar o consumo doméstico como motor de crescimento. Isso não apenas remodelaria a economia chinesa, mas também teria repercussões globais, fortalecendo ainda mais o papel da China como motor da prosperidade econômica na Ásia e além.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: CGTN
Imagem principal: Yang Guanyu/ Xinhua
