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China mantém liderança global em energia eólica por 15 anos consecutivos

liderança em energia eólica
Fonte da imagem: Yang Wenbin/ Xinhua

A Federação Chinesa de Empresas de Energia Elétrica informou, em 20 de outubro, que a China mantém, pelo 15º ano consecutivo, a maior capacidade instalada de energia eólica do mundo. O país adiciona mais de 100 gigawatts de nova capacidade por ano, consolidando um crescimento contínuo do setor.

Segundo dados oficiais, 57,84 milhões de quilowatts foram conectados à rede nacional em 2025, elevando a capacidade total instalada para 580 milhões de quilowatts, o equivalente a 15,7% da capacidade elétrica do país. A geração eólica das grandes empresas representa 10,1% do consumo total de eletricidade.

O secretário-geral do Comitê Profissional de Energia Eólica da Sociedade Chinesa de Energia Renovável, Qin Haiyan, afirmou que até 2035 a participação da energia não fóssil deve superar 30%. Ele prevê que a capacidade combinada de energia eólica e solar será mais de seis vezes maior que a de 2020, ultrapassando 3,6 bilhões de quilowatts.

Potencial eólico em expansão

A China possui um dos maiores potenciais eólicos do mundo. Nas regiões do Nordeste, Norte e Noroeste, conhecidas como “Sanbei”, o potencial técnico e econômico da energia eólica terrestre ultrapassa 7,5 bilhões de quilowatts. Essas áreas têm condições de fornecer eletricidade a baixo custo e equilibrar o consumo entre regiões.

Nas regiões Central, Leste e Sul, o potencial chega a 2,5 bilhões de quilowatts, com espaço para novos projetos concentrados. Já na faixa marítima de até 300 quilômetros da costa, o potencial técnico e econômico da energia eólica offshore ultrapassa 2,7 bilhões de quilowatts, com projetos comerciais em fase avançada.

Expansão global das fabricantes

Os fabricantes chineses de turbinas eólicas ampliam presença internacional. Empresas do setor já exportam equipamentos para 57 países em seis continentes. Sete fabricantes possuem fábricas no exterior ou planos de instalação.

Qin Haiyan destacou as metas de longo prazo. Durante o 15º Plano Quinquenal (2026–2030), a China pretende adicionar ao menos 120 milhões de quilowatts por ano. A meta é alcançar 1,3 bilhão de quilowatts de capacidade total até 2030 e 5 bilhões até 2060.

Inteligência artificial entra na matriz eólica

Empresas chinesas de equipamentos eólicos lançaram em 2025 novas tecnologias baseadas em inteligência artificial (IA). Uma delas é a turbina eólica com “gestão inteligente”, que ajusta a operação conforme o preço da eletricidade. O sistema gera mais quando o preço está alto e reduz a produção quando o valor cai, o que prolonga a vida útil do equipamento em cinco anos e aumenta o rendimento econômico em até 2,5%.

O vice-presidente sênior da Envision Energy, Lou Yimin, afirmou que a empresa desenvolveu a primeira unidade integrada de energia eólica e armazenamento do mundo. “Ela opera como uma pequena usina independente. Com nossos modelos meteorológicos e energéticos de IA, Tianji e Tianshu, é possível aumentar a receita dos parques eólicos em mais de 20%”, disse.

Mercado aberto e negociação automatizada

Desde 1º de junho, uma diretriz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e da Administração Nacional de Energia determinou que toda a eletricidade gerada por novas fontes renováveis seja negociada em mercado aberto, com preços definidos por oferta e demanda.

De acordo com Lu Yichuan, membro do Comitê de Energia Eólica da Sociedade Chinesa de Energia Renovável, os algoritmos inteligentes participam de todas as etapas da negociação, respondendo em intervalos de minutos. “A integração entre grandes volumes de dados e modelos avançados aumenta a eficiência do mercado e ajuda a equilibrar a geração e o consumo de energia”, explicou.

Fuxin: de cidade mineradora a polo eólico

O avanço da energia eólica também transforma economias locais. Em Fuxin, na província de Liaoning, antiga cidade mineradora de carvão, a indústria eólica impulsiona uma nova fase de desenvolvimento.

Uma fábrica de componentes principais de turbinas está em construção e deve iniciar a produção nos próximos meses. A cidade tem média anual de 3.000 horas de geração eólica e lidera o ranking provincial em potencial e produção. Desde a instalação da primeira turbina em 2001, Fuxin evoluiu de produtora de energia para centro completo da cadeia eólica.

O plano industrial de 2024 de Liaoning estabeleceu seis polos de equipamentos de energia renovável, e Fuxin foi designada como o único polo de equipamentos eólicos terrestres da província. Atualmente, abriga grandes fabricantes nacionais que atuam em todas as etapas da cadeia, da montagem de turbinas e torres à produção de motores e materiais elétricos.

Fonte: CCTV News