A China lidera o ranking global de clusters de inovação da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO) em 2025, com 24 polos entre os 100 maiores clusters globais. O levantamento considera indicadores como pedidos internacionais de patentes (PCT), produção científica e dados de investimentos de venture capital.
O conjunto Shenzhen–Hong Kong–Guangzhou manteve a primeira posição global, apoiado na combinação de alto volume de patentes, produção acadêmica expressiva e elevada atividade de capital de risco. Pequim e Xangai–Suzhou também figuram entre os dez principais polos. Os demais clusters chineses se concentram em regiões industriais e acadêmicas consolidadas, com ecossistemas que conectam universidades, empresas tecnológicas e centros de pesquisa.

Como a WIPO define um cluster de inovação
A WIPO classifica como cluster as regiões em que universidades, empresas e institutos de pesquisa apresentam alta densidade de publicações científicas e de pedidos de patentes. O indicador mede a capacidade desses ecossistemas de transformar pesquisa em soluções tecnológicas e de atrair capital para novos negócios.Na edição de 2025, os 100 principais clusters respondem por aproximadamente 70% dos depósitos internacionais de patentes, cerca de 70% do capital de risco global e cerca de 50% das publicações científicas indexadas. Os dez maiores concentram aproximadamente 40% dos pedidos PCT, 35% dos investimentos de venture capital e 15% das publicações.
Movimentos no ranking e padrões globais
A atualização metodológica, que ampliou o peso dos dados financeiros, gerou movimentos relevantes no ranking. A WIPO aponta que Shenzhen–Hong Kong–Guangzhou ultrapassou Tóquio–Yokohama nesta edição. A Índia também avançou com a inclusão de indicadores de venture capital, enquanto alguns polos asiáticos registraram perdas relativas.
A edição de 2025 inclui dez novos polos no ranking: Miami, Phoenix e Salt Lake City, nos Estados Unidos; Ningbo e Ningde, na China; Dublin; Cidade do México; Oslo; Hamburgo; e Manchester. Com Cidade do México e São Paulo, a América Latina mantém dois representantes.
Por países, a China aparece à frente pelo segundo ano consecutivo com 24 clusters, seguida pelos Estados Unidos (22), Alemanha (7), Reino Unido (4), Índia (4), Japão (3), Coreia do Sul (3), França (3) e Canadá (2).

Apesar da liderança chinesa em quantidade, polos dos Estados Unidos e da Europa Ocidental continuam entre os mais intensivos por habitante e por densidade de recursos de inovação. Regiões como Boston, San Jose–San Francisco, Cambridge e Eindhoven mantêm posições de destaque quando analisados indicadores relativos.
A WIPO observa que a ampliação do peso de venture capital reduziu a distância entre China e Estados Unidos em algumas métricas, indicando que número absoluto de clusters não necessariamente se traduz em maior intensidade per capita de inovação.
Ranking de 2024
Em 2024, a WIPO registrou os cinco maiores polos de ciência e tecnologia na Ásia. Tokyo–Yokohama, no Japão, liderou o ranking global. Shenzhen–Hong Kong–Guangzhou e Pequim, ambos na China, apareceram na sequência. Seoul, na Coreia do Sul, ficou em quarto lugar, enquanto Xangai–Suzhou, também na China, completou a lista. Com três regiões entre as cinco primeiras, a China concentrou o maior número de polos no topo do ranking de 2024.


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