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China e EUA discutem tarifas e ampliam contatos entre governos e setor privado

Tarifas EUA
Fonte da imagem: Bao Dandan/ Xinhua

Líderes econômicos da China e dos Estados Unidos se reuniram nos dias 28 e 29 de julho, em Estocolmo, na Suécia. Participaram do encontro o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante de comércio norte-americano, Jamieson Greer. Durante as negociações, os dois países concordaram em manter suspensas, por mais 90 dias, as tarifas retaliatórias chinesas e as tarifas equivalentes de 24% impostas pelos EUA.

Em 31 de julho, o Ministério do Comércio da China informou, por meio de coletiva de imprensa, que os dois lados debateram temas econômicos de interesse comum, como as relações comerciais bilaterais e políticas macroeconômicas. Segundo o porta-voz do ministério, He Yadong, as partes revisaram os consensos alcançados anteriormente em encontros realizados em Genebra e Londres.

He Yadong declarou que a China pretende manter o uso do mecanismo de diálogo comercial com os EUA, com o objetivo de aprofundar negociações e ampliar os resultados.

Empresas dos dois países ampliam contatos diretos

No mesmo dia, o Conselho Chinês para Promoção do Comércio Internacional (CCPIT) divulgou que empresários da China e dos EUA aumentaram o ritmo de trocas comerciais. Entre 28 e 30 de julho, a convite da CCPIT, o presidente do US-China Business Council, Raj Subramaniam, liderou uma delegação a reuniões em Pequim. O grupo contou com representantes de empresas como Apple, Goldman Sachs e Thermo Fisher. A comitiva visitou diferentes ministérios chineses e manifestou interesse em manter investimentos e fortalecer os laços comerciais com o país.

A porta-voz do CCPIT, Wang Linjie, afirmou que o setor empresarial chinês e norte-americano compartilha interesses mútuos e exerce papel relevante na manutenção das relações bilaterais. Segundo ela, a CCPIT já recebeu, em 2025, 30 grupos empresariais dos EUA.

A terceira Exposição Internacional da Cadeia de Suprimentos registrou aumento de 15% no número de expositores norte-americanos em relação a 2024. Empresas dos EUA continuam a liderar a participação estrangeira no evento. Executivos de companhias da Fortune Global 500 estiveram presentes.

Relatório recente do US-China Business Council apontou que 82% das empresas americanas operando na China registraram lucro em 2024, superando os índices dos dois anos anteriores.

A CCPIT também destacou os 20 anos do Projeto de Cooperação Empresarial China-EUA (CMP), criado em parceria com o Departamento de Comércio dos EUA. As atividades comemorativas incluíram seminários sobre tecnologia ambiental, baixo carbono e infraestrutura ferroviária. A entidade seguirá promovendo encontros em áreas como mineração inteligente e indústria automotiva.

Participação chinesa cresce em feiras internacionais

No primeiro trimestre, os EUA foram o principal destino das exposições internacionais organizadas por empresas chinesas. Cerca de 2.000 companhias participaram de feiras nos EUA, ocupando uma área de 27.178 m², alta de 2,3% frente ao mesmo período de 2024. As ações facilitaram a exposição de produtos chineses e abriram espaço para parcerias com empresas norte-americanas.

No entanto, no segundo trimestre, o aumento das tarifas comprometeu os negócios no mercado norte-americano. A CCPIT então passou a incentivar a diversificação dos destinos, priorizando mercados emergentes na ASEAN, Oriente Médio e América Latina. A proporção de empresas que participaram de feiras nessas regiões chegou a 39,8%, crescimento de 8,5 pontos percentuais ante o mesmo período do ano anterior.

Na Automec 2025, realizada no Brasil, mais de 300 empresas chinesas marcaram presença, formando a maior delegação estrangeira do evento.

De janeiro a junho, a CCPIT aprovou 1.418 projetos de feiras internacionais em seis lotes, com área total de 826 mil m². Até o momento, 54 organizadores promoveram eventos em 44 países e regiões, com área de 382 mil m² e participação de mais de 23 mil empresas.

Comissão Europeia reforça abertura ao investimento chinês

Durante a coletiva, He Yadong comentou declarações da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, feitas durante a 25ª Cúpula de Líderes China-UE. A líder afirmou que a União Europeia não busca romper com a China e continuará a receber investimentos de empresas chinesas.

O porta-voz do Ministério do Comércio informou que o encontro resultou em acordos relevantes. O ministério organizou uma mesa redonda com empresários chineses e europeus, que manifestaram interesse em aprofundar a integração das cadeias de suprimentos.

He Yadong afirmou que a China vê as relações comerciais com a UE como complementares. O país espera que o bloco mantenha seu mercado aberto e responda às preocupações das empresas chinesas, sem recorrer a medidas restritivas. A China pretende continuar a ampliar sua abertura econômica, melhorar o ambiente de negócios e garantir tratamento nacional a investidores estrangeiros, com proteção à propriedade intelectual.

Comércio China-UE completa 50 anos com expansão

Segundo a Administração Geral das Alfândegas da China, o comércio bilateral com a UE cresceu mais de 300 vezes desde o estabelecimento das relações diplomáticas. No primeiro semestre de 2025, o fluxo comercial atingiu RMB 2,82 trilhões, alta de 3,5%. A média diária superou RMB 15 bilhões, valor equivalente ao comércio anual entre as duas partes no início da parceria.

A UE continua como o segundo maior parceiro comercial da China, respondendo por 12,9% do total das exportações e importações do país.

As cadeias produtivas entre China e UE demonstraram integração crescente, com destaque para o setor automotivo. As exportações chinesas de autopeças à UE subiram 9,7%. As importações chinesas de transmissões para ônibus e motores a diesel aumentaram 40,8% e 65,2%, respectivamente.

Os dois mercados de consumo também mostram forte conexão. A China importou mais de 60% de produtos como itens de saúde, bolsas e joias da UE. Em contrapartida, exportou volumes crescentes de roupas, eletrodomésticos e notebooks para o bloco europeu.

Fonte: yicai.com