O mercado espacial comercial da China deve atingir 2,8 trilhões de yuans (aproximadamente US$393,2 bilhões) até o final de 2025, segundo o Instituto de Pesquisa da Indústria Empresarial da China. O crescimento é resultado da expansão de empresas privadas, pelo aumento de lançamentos orbitais e pelo desenvolvimento de satélites de comunicação, parte de uma estratégia que especialistas chamam de “Rota da Seda Espacial”, que simboliza a busca da China pelo desenvolvimento da indústria aeroespacial em cooperação com outros países.
O setor espacial comercial chinês começou a se estabelecer em 2010, com políticas que abriram espaço para a participação de capital privado. Em 2014, o governo chinês incentivou investimentos sociais em atividades espaciais e, em 2015, lançou o Plano Nacional de Infraestrutura Espacial Civil de Médio e Longo Prazo (2015–2025), estimulando empresas privadas a fabricar foguetes, satélites e prestar serviços de dados orbitais.
Após 10 anos de desenvolvimento do plano, o número de companhias no setor cresceu rapidamente, de menos de 100 há uma década para mais de 500 em 2025, atuando em lançamentos, na fabricação de pequenos satélites e no fornecimento de dados de observação da Terra e de serviços de internet por satélite. Em 2024, foram 68 lançamentos orbitais, conforme o Relatório Anual de Atividades Espaciais.
A expansão inclui também o desenvolvimento de constelações de satélites de comunicação em órbita baixa para prover banda larga, com aplicações comerciais em agricultura, logística e monitoramento ambiental. O sistema de navegação por satélite BeiDou, parte integrante dessa estratégia, é promovido como alternativa ao GPS, oferecendo posicionamento e navegação a países participantes da Iniciativa Cinturão e Rota, incluindo nações da África, Oriente Médio e América Latina
A China é o terceiro país a colocar astronautas no espaço e construir uma estação espacial com grandes avanços na exploração científica da Lua. A missão Chang’e-6, lançada em 3 de maio de 2024, foi bem-sucedida e coletou 1.935,3 gramas de material lunar do lado oculto da Lua, retornando à Terra após 53 dias no espaço. A Chang’e-6 integra uma série de programas espaciais chineses, incluindo a estação espacial Tiangong, que funciona como laboratório orbital e centro de pesquisa internacional, realizando experimentos em microgravidade, biotecnologia e física de materiais, e recebendo cientistas de países parceiros e que compõem uma estratégia de longo prazo para consolidar a presença tecnológica e científica da China no espaço até 2045, com futuras missões à Lua e Marte.
Além disso, o setor espacial comercial chinês também registrou 138 eventos de financiamento em 2024, totalizando 20,239 bilhões de yuans (US$2,8 bilhões), recordes históricos, segundo o Relatório do Ecossistema de Inovação Espacial Comercial da China de 2025. As áreas mais beneficiadas foram aplicações de satélites, fabricação de foguetes e produção de satélites.
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