O Instituto de Física de Plasma da Academia Chinesa de Ciências, em Hefei, anunciou em 10 de setembro que o sistema de aquecimento por ressonância de íons ciclotrônicos (ICRF) foi aprovado na avaliação de especialistas. O equipamento faz parte do projeto nacional de grande infraestrutura científica do “13º Plano Quinquenal” — Instalações Integradas de Pesquisa para Sistemas Principais de Reatores de Fusão (CRAFT). Trata-se da primeira conquista da China na tecnologia de aquecimento por radiofrequência de alta potência.
O sistema foi projetado para futuros reatores de fusão e enfrentou desafios como a nacionalização de tetrodos eletrônicos de megawatt, o desenvolvimento de sintetizadores de alta potência e o design de antenas específicas. Com isso, superou barreiras técnicas consideradas essenciais. Além da energia nuclear, as tecnologias associadas podem ser aplicadas em setores como propulsão espacial, semicondutores, saúde e eletrônica.

O aquecimento por ressonância de íons ciclotrônicos é um método usado para elevar a temperatura do plasma a centenas de milhões de graus Celsius em dispositivos de fusão nuclear. Os principais componentes desse sistema estavam, até agora, sob monopólio estrangeiro. A equipe do CRAFT trabalhou cinco anos para nacionalizar tetrodos e tubos eletrônicos a vácuo de megawatt, criar redes de síntese de alta potência e desenvolver dispositivos de transmissão de baixa perda. O sistema alcançou uma saída estável de 2 MW em faixa de frequência de 40 a 80 MHz, com operação de milhares de segundos.
A temperatura iônica é um parâmetro decisivo para a ignição de reatores de fusão. Na reação deutério-trítio, os íons precisam atingir centenas de milhões de graus Celsius e manter a combustão de forma autossustentada. O sistema ICRF desenvolvido no CRAFT apresenta saída estável de 2 MW, ampla largura de banda e pulsos longos de escala de mil segundos. Ele será usado como plataforma de pesquisa e teste para o design de componentes-chave em dispositivos como BEST, CFEDR e ITER.
O avanço garante à China autonomia em toda a cadeia de produção dessa tecnologia e apoio ao desenvolvimento da energia de fusão, considerada estratégica para atingir a meta nacional de neutralidade de carbono.
Fonte: news.qq.com
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