Em 26 de agosto, o Escritório de Imprensa do Conselho de Estado da China realizou uma coletiva para apresentar os resultados do desenvolvimento do setor energético durante o 14º Plano Quinquenal.
Wang Hongzhi, membro do Comitê do Partido da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e diretor da Administração Nacional de Energia, afirmou que a China alcançou progressos significativos desde o início do plano. Segundo ele, indicadores como capacidade total de produção de energia e participação das fontes não fósseis estão dentro do esperado, posicionando o país como uma força relevante na transição energética global.
Fornecimento seguro e sistema resiliente
A China, segunda maior economia do mundo com mais de 1,4 bilhão de habitantes, registrou um aumento no consumo de energia equivalente a 980 milhões de toneladas de carvão padrão nos primeiros quatro anos do plano. A expectativa é que, nos próximos cinco anos, o crescimento do consumo de eletricidade supere o total anual da União Europeia.
Wang destacou que o país reforçou a produção de carvão, explorou reservas de petróleo e gás e acelerou a adoção de fontes renováveis. “Mais de 90% do aumento no consumo de energia foi garantido com produção nacional”, afirmou. Em 2024, a geração elétrica ultrapassou 10 trilhões de kWh, representando um terço da produção mundial, e a produção total de energia equivalente atingiu cerca de 5 bilhões de toneladas de carvão padrão, garantindo fornecimento estável e preços controlados.
A infraestrutura energética também foi aprimorada. Redes de transmissão de leste a oeste e de norte a sul, conectadas a países vizinhos, ampliaram a distribuição. Atualmente, 40% da energia no leste do país vem de grandes corredores de transmissão e transporte de carvão.
Além disso, a capacidade de fornecimento para residências aumentou. A China construiu a maior rede de recarga de veículos elétricos do mundo, com dois pontos de recarga para cada cinco veículos, e investiu RMB 25 bilhões do orçamento central para fortalecer a rede elétrica rural, mobilizando mais de RMB 800 bilhões em investimentos totais.
Transição energética acelerada e mais verde
O plano também acelerou a transição para fontes renováveis. A participação das energias limpas na capacidade instalada total subiu de 40% para cerca de 60%.
Li Chuangjun, diretor do Departamento de Novas Energias e Energias Renováveis, destacou quatro resultados principais. A capacidade instalada anual de energia eólica e solar passou de 530 GW em 2020 para 1.680 GW em julho de 2025. A geração dessas fontes cresceu de 9,7% do total em 2020 para 18,6% em 2024, e superou, no primeiro semestre de 2025, o consumo elétrico do setor terciário e das residências urbanas e rurais combinadas.
Regiões antes desertas se transformaram em novos polos de energia renovável, com mais de 130 GW de capacidade instalada adicional. A China também reduziu em 60% o custo da energia eólica e 80% da solar nos últimos dez anos e, durante o plano, exportações dessas tecnologias ajudaram outros países a evitar cerca de 4,1 bilhões de toneladas de CO₂.
O país também ampliou o uso de veículos elétricos. Até julho de 2025, o número de postos de recarga chegou a 16,69 milhões, dez vezes mais que no final do 13º Plano, e mais da metade dos veículos elétricos do mundo circulam na China.
Inovação tecnológica e novos modelos de negócios
O 14º Plano marcou avanços em ciência, tecnologia e reformas do setor. A China atingiu perfurações terrestres superiores a 10.000 metros, desenvolveu petróleo em águas profundas, bateu recordes de eficiência em energia solar e turbinas eólicas offshore, e construiu a hidrelétrica de Baihetan, a maior do mundo. Hoje, o país detém mais de 40% das patentes globais em energia renovável.
Novos modelos de negócios também cresceram. Wan Jinsong, vice-diretor da Administração Nacional de Energia, afirmou que o armazenamento de energia e hidrogênio avançou, com capacidade de 95 GW até o primeiro semestre de 2025, quase 30 vezes mais que no início do plano. O investimento anual no setor variou entre RMB 4 e 6 trilhões, com empresas privadas representando mais de 85% na construção de infraestrutura elétrica, dominando a fabricação de equipamentos fotovoltaicos e 60% da produção de turbinas eólicas.
Rumo a um sistema energético limpo e eficiente
A coletiva evidenciou que a China construiu um sistema energético de grande escala e abrangência, com fontes renováveis, rede de recarga de veículos elétricos e capacidade de inovação tecnológica. Para enfrentar o aumento do consumo provocado pela indústria digital, o país planeja integrar centros de dados diretamente a eletricidade gerada por fontes limpas.
A transição energética chinesa combina foco no presente e planejamento para o futuro, mantendo o fornecimento seguro e promovendo um modelo de energia limpa, de baixo carbono e eficiente. Segundo especialistas, essa trajetória deve impulsionar o desenvolvimento econômico e social e atender à crescente demanda da população por qualidade de vida.
Fonte: gmw.cn
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