Empreendedorismo

Café de 1 dólar na China segue firme apesar de aumento nos preços dos grãos

Preços Café
Fonte da imagem: Ben Steele/ Adobe Stock

Apesar do aumento dos preços do café no mercado internacional, algumas cadeias chinesas continuam oferecendo café por apenas 9,9 yuans (US$ 1 ). Mesmo com uma alta de mais de 60% no preço dos grãos desde outubro, as redes como Cotti Coffee e Luckin Coffee seguem com suas campanhas de preços baixos.

A referência global para o café Arábica, o contrato Coffee C Futures, fechou ontem a US$ 2,22 por libra, um aumento significativo desde outubro do ano passado. Este mês, o valor chegou a atingir US$ 2,45, aproximando-se do pico de US$ 2,60 registrado em fevereiro de 2022. Esse aumento reflete as mudanças na produção, logística e consumo, que estão afetando produtores ao redor do mundo.

O mercado do café tem enfrentado problemas como climas extremos, com períodos de frio e calor intensos em 2021, e secas ao longo de 2022 e 2023. Além disso, a especulação no comércio internacional também tem contribuído para o aumento nos custos dos grãos verdes.

Apesar desse cenário, os preços do café permanecem estáveis na China, pelo menos por enquanto. Fu Lin, fundador da Fangye Coffee, destacou que a recente crise no Mar Vermelho tem impactado o fornecimento global. Desde outubro do ano passado, ataques a navios no Mar Vermelho, realizados pelo grupo Houthi do Iêmen, têm prejudicado o comércio na África, Ásia e Europa. Na Etiópia, um dos principais fornecedores de grãos, a logística está complicada, com custos de transporte triplicando e o tempo de envio dobrando para 40 dias.

Mesmo assim, a Cotti Coffee e a Luckin Coffee mantêm suas promoções de 9,9 yuans por xícara. A campanha da Cotti Coffee começou em maio de 2023, apoiada pelos baixos custos do leite, e a Luckin Coffee entrou na disputa em junho.

No entanto, essa guerra de preços já começa a refletir nos resultados financeiros. No quarto trimestre, a Luckin Coffee registrou um lucro operacional de 210 milhões de yuans (US$ 29 milhões), com uma margem de lucro de 3%. Um ano antes, a margem era de 8,5%.

A rivalidade entre as cadeias de café na China revela não apenas a luta por participação no mercado, mas também uma possível fraqueza no poder de compra do consumidor. Zhu Danpeng, vice-presidente da Aliança de Promoção da Segurança Alimentar de Guangdong, sugere que essa competição acirrada deve continuar enquanto as grandes marcas não desistirem das promoções ou não acharem a estratégia insustentável.

Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Yicai Global
Imagem principal: Ben Steele/ Adobe Stock