Economia

Brasil sinaliza adesão à Iniciativa do Cinturão e Rota

Brasil Cinturão e Rota
Fonte da imagem: Pablographix/ Freepik

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acenou para possível aderência do Brasil à Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês) durante um evento na sexta-feira, 19 de julho, de acordo com um relatório do South China Morning Post. O anúncio sinaliza uma mudança na postura do Brasil em relação ao projeto chinês de cooperação global.

Como um importante mercado emergente, o potencial envolvimento do Brasil na BRI, uma importante iniciativa da China que promove a cooperação econômica e a conectividade entre os países, é esperado para melhorar as relações econômicas e comerciais do Brasil com a China, além de fortalecer a economia brasileira.

As discussões entre o Brasil e a China sobre o avanço da cooperação na BRI estão em andamento há anos. Em junho, o vice-presidente brasileiro Geraldo Alckmin visitou a China, expressando vontade de aumentar a cooperação na construção de infraestruturas, agricultura, mineração, veículos de nova energia e resposta às mudanças climáticas.

Com os esforços conjuntos de ambos os lados para promover a cooperação econômica e comercial bilateral e mutuamente benéfica, o comércio entre China e Brasil formou uma tendência de desenvolvimento positivo. A China é o maior parceiro comercial e destino de exportação do Brasil. Ainda há grande potencial de crescimento no comércio China-Brasil.

A construção conjunta da BRI é uma plataforma de cooperação internacional para promover o desenvolvimento inclusivo e benéfico da globalização econômica. O conceito de cooperação defendido por ela é altamente compatível com os esforços do Brasil para promover a construção de infraestrutura e o desenvolvimento econômico. Se o Brasil aderir à BRI, suas estratégias de desenvolvimento de infraestrutura e econômico terão grandes oportunidades e obterão benefícios tangíveis.

O nível de desenvolvimento da infraestrutura no Brasil está em extrema necessidade de melhoria. Superar os gargalos tem sido um desafio de longa data no desenvolvimento econômico do país.

O déficit de investimento em infraestrutura do Brasil permanece grande devido à alta demanda. O Brasil precisa investir US$ 778 bilhões (ou 3,7% do PIB por ano) para preencher sua lacuna de infraestrutura até o prazo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de 2030, de acordo com um relatório do Banco Mundial. Esforços para resolver essa questão são urgentemente necessários para apoiar o crescimento e desenvolvimento contínuos do Brasil.

A expertise e a tecnologia avançada da China no desenvolvimento de infraestrutura a tornam um parceiro valioso para o Brasil. O potencial de colaboração nesta área é promissor, com oportunidades de crescimento e desenvolvimento mútuo.

Ao participar da Iniciativa do Cinturão e Rota, o Brasil pode se beneficiar de uma conectividade aprimorada, maiores oportunidades comerciais e melhor integração financeira, o que pode ajudar o Brasil a obter mais investimentos financeiros para desenvolver sua infraestrutura, resolvendo alguns gargalos do desenvolvimento econômico.

Embora haja grande potencial de cooperação, a decisão do Brasil de aderir à BRI também pode enfrentar desafios e interferências externas. Em particular, espera-se que alguns países ocidentais continuem seus jogos geopolíticos e interfiram na cooperação entre Brasil e China.

No entanto, os fatos provam que a BRI busca a cooperação ganha-ganha em vez do antagonismo, e tem recebido reconhecimento crescente em todo o mundo. O interesse do Brasil em aderir à BRI demonstra que o país não é influenciado por críticas infundadas dos países ocidentais e está comprometido em tomar decisões independentes que beneficiem seu próprio desenvolvimento.

Espera-se que o aprofundamento da cooperação econômica e comercial entre China e Brasil possa gerar resultados mais positivos à medida que marcam o 50º aniversário das relações diplomáticas este ano.

Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Diário do Povo