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AstraZeneca investe US$ 2,5 bilhões em Pequim e amplia presença na China

AstraZeneca Pequim
Fonte da imagem: Xinhua

O CEO global da AstraZeneca, Pascal Soriot, anunciou um investimento de US$2,5 bilhões em Pequim antes de participar do Fórum de Desenvolvimento da China. A farmacêutica britânica abrirá seu sexto centro global de pesquisa e desenvolvimento (P&D) na capital chinesa, o segundo no país.

Durante o evento, realizado em 23 e 24 de março, Soriot destacou a evolução da China no setor de inovação em saúde. Segundo ele, o país deixou de ser apenas um mercado consumidor e passou a atuar como um polo de desenvolvimento tecnológico. Ele atribuiu essa mudança às reformas econômicas chinesas, que levaram a AstraZeneca a expandir suas operações.

“O crescimento da China impulsiona a inovação global. As empresas não estão mais aqui apenas para vender produtos, mas para desenvolver novas tecnologias dentro do país”, afirmou Soriot.

Multinacionais ampliam investimentos no setor farmacêutico

Outras grandes farmacêuticas também reforçaram sua confiança no mercado chinês. O CEO da Novartis, Vas Narasimhan, destacou avanços na aprovação de medicamentos e na proteção à propriedade intelectual. Segundo ele, essas mudanças beneficiaram diretamente a empresa suíça.

Já o presidente da Takeda Pharmaceutical, Christophe Weber, afirmou que a empresa lançou mais medicamentos na China nos últimos cinco anos do que nas duas décadas anteriores. Ele atribuiu esse avanço ao ambiente de negócios e às políticas governamentais para estimular o setor. Weber também destacou a disponibilidade de dados de alta qualidade como um diferencial competitivo do país.

O presidente da Siemens AG, Roland Busch, afirmou que a empresa continuará investindo na China. Para ele, a globalização ainda é essencial para o crescimento empresarial, apesar do aumento do protecionismo em algumas regiões.

Estabilidade da cadeia de suprimentos atrai investimentos

A estabilidade da China como centro produtivo foi um dos temas centrais do evento. Soriot, da AstraZeneca, ressaltou a importância de cadeias de suprimentos resilientes para evitar interrupções no fornecimento de medicamentos.

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, reforçou o compromisso do governo com a abertura econômica e defendeu a cooperação internacional. Ele destacou a importância de manter cadeias produtivas funcionando sem interrupções e alertar para os riscos do unilateralismo no comércio global.

Nestlé mantém aposta na China

O CEO da Nestlé, Mark Schneider, afirmou que a empresa suíça investiu mais de 20 bilhões de yuans no país nos últimos anos. Ele citou iniciativas do governo para estimular a demanda interna e melhorar o ambiente de negócios como fatores que impulsionam o setor.

Schneider também enfatizou a necessidade de diversificação nas cadeias globais de suprimentos. Segundo ele, as empresas priorizam cada vez mais a resiliência, em vez de apenas buscar eficiência.
Transição energética gera oportunidades para empresas estrangeiras

O setor de energia e sustentabilidade também foi destaque no fórum. O CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, afirmou que a transição energética chinesa cria novas oportunidades para empresas globais. A companhia francesa ampliou contratos de fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) com as chinesas Sinopec e CNOOC.

Pouyanné comparou a postura da China e da Europa, que investe em parcerias, com os Estados Unidos, que adotam medidas protecionistas. O presidente do Grupo BMW, Oliver Zipse, demonstrou essa visão e criticou as tarifas da União Europeia sobre veículos elétricos chineses. Segundo ele, a montadora busca fortalecer sua cooperação com empresas locais.

Empresas globais ampliam presença na China

A CEO da Otis Worldwide, Judith Marks, destacou a modernização da infraestrutura chinesa como uma estratégia de mercado. Ela citou o aumento da demanda por elevadores e escadas rolantes modernizadas.

O CEO da Aramco, Amin Nasser, afirmou que a empresa saudita expandiu investimentos em diversas províncias chinesas e continuará ampliando sua presença no país. Já o presidente da MTR Corporation, Rex Auyeung, elogiou as reformas para atrair capital estrangeiro e fortalecer a proteção à propriedade intelectual.

O Fórum de Desenvolvimento da China 2025 reuniu 86 executivos de multinacionais de 21 países, três a mais que no ano anterior. O número de empresas americanas foi o maior, e 17 multinacionais participaram pela primeira vez.

Han Wenxiu, vice-diretor do Comitê Central de Assuntos Financeiros e Econômicos, afirmou que o interesse global pela economia chinesa está crescendo. “O capital estrangeiro encontra na China um ambiente propício para inovação e crescimento”, disse.

Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: cyol