Por: In Hsieh
A mais nova live brasileira a entrar na casa dos milhões não foi de nenhuma grande influenciadora e nem de marca famosa. Não teve super cenário ou grandes recursos. Na verdade, os investimentos foram principalmente em produtos e descontos.
Durante os dias 21 a 24/11, por ocasião da Black Friday, os perfis relacionados à conta Busca Busca no Kwai Brasil alcançaram o recorde de R$ 4 milhões de vendas, com destaque à live (de 11 horas) na 6a que superou a marca de R$ 1 milhão.
Como assim milhões de reais em vendas geradas a partir de contas que tem somente entre 180 mil e 750 mil seguidores? E quase sem nenhum investimento em mídia?
Sempre falamos (eu inclusive) dos cases milionários do chinês Austin Li mas é quase ignorado o papel das plataformas. O Rei do Batom tem carisma, técnicas insuperáveis e uma comunidade enorme mas ele simplesmente não existiria fazendo lives somente fora das plataformas e marketplaces.
Estas além de serem o ambiente transacional, tem o papel fundamental de trazer a audiência. E o que é melhor, é um tráfego qualificado e cada dia mais familiarizado com as compras nas lives e vídeos curtos. Muito disso vem da capacidade de personalização das plataformas que juntam conteúdo mais vendas, como Kwai Shop e Tiktok Shop.
O #livecommerce está explodindo no Brasil mas fora dos olhares do mainstream, das corporações e da mídia. Está acontecendo nas camadas invisíveis das redes sociais e marketplaces, a partir de pequenos negócios e dos novos talentos.
Eu mesmo só comecei a entender esse outro mundo mais recentemente. Passei boa parte da minha carreira em e-commerce trabalhando em grandes operações ou startups com marca própria. Todos negócios com site e app proprietário. Curiosamente, minha introdução profissional ao mundo dos marketplaces se deu a partir de empreendedores chineses que vieram fazer testes no Mercado Livre, em 2017. Foi como se alguém da loja de departamento ou uma grande rede estivesse conhecendo as galerias comerciais. Um outro mundo. Um novo mundo que não é excludente.
E o livecommerce (e socialcommerce como um todo) se alavanca em cima dessas redes, criando o Novo E-Commerce, baseado em conteúdo e relacionamento.
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