O governo chinês divulgou nesta terça-feira, 11 de maio, os tão aguardados dados do sétimo censo populacional da China. Os números mostram que a população total em 2020 ainda manteve seu crescimento – 1,411 bilhão, um aumento de 72,04 milhões em relação aos 1,339 bilhão registrados no sexto censo em 2010. Mas a baixa taxa de fertilidade total de 1,3 em 2020, e a nova baixa taxa de natalidade anual de 12 milhões, também apontam para sérios desafios para o desenvolvimento demográfico da China.
Antes da década de 1970, a taxa de fecundidade total da China ultrapassava 6 de uma vez, e os dados do censo mostram que, em 2020, esses dados caíram para 1,3 – entrando no ranking dos países com a menor taxa de fecundidade do mundo.
Na história recente da China, aconteceram três picos de natalidade:
- O primeiro pico ocorreu logo após em 1949, com um total de 230 milhões de nascimentos em 10 anos;
- O segundo pico começou em 1962 e durou até 1972, mais uma vez, trazendo para a China 280 milhões de nascimentos;
- O terceiro pico, que começou em 1985, durou apenas cerca de cinco anos, totalizando 117 milhões de nascimentos.
A partir dos anos 80, a China começou a aplicar a política do filho único, que restringia a quantidade de filhos a um por casal, e aqueles que tivessem mais de um filho eram sujeitos a penalidades financeiras e administrativas. Esta política durou mais de 30 anos, até ser revogada em 2015.
Com consequência, a taxa de fertilidade da China caiu de 6 para 1,3, entrando na armadilha internacionalmente conhecida como “baixa fertilidade”. Uma vez que a taxa de fertilidade caiu abaixo do limite de alerta, inverter a tendência descendente se tornará extremamente difícil, ou mesmo impossível. O número anual de nascimentos também caiu de um pico máximo de 29 milhões para 12 milhões em 2020.
“O surgimento desta tendência é o resultado de uma combinação de fatores, um resultado objetivo do desenvolvimento econômico da China, especialmente a industrialização e a urbanização, até um determinado estágio, e um problema comumente enfrentado pelo mundo, especialmente pelos países desenvolvidos”, disse Ning Jizhe, diretor do Departamento Nacional de Estatística.
A pesquisa também comparou Xangai, Pequim, Tianjin, Zhejiang, Jiangsu e Guizhou, Guangxi, Yunnan, Gansu e Sichuan. Os resultados mostram que o número ideal de filhos é significativamente menor nas regiões economicamente desenvolvidas do que nas menos desenvolvidas, com uma média de 1, 55 filho e 2, 01 filhos, respectivamente, sendo 0, 46 menor nas primeiras. Isto é, as regiões com um elevado nível de desenvolvimento econômico têm menos filhos do que as regiões com um baixo nível de desenvolvimento.
Por quais motivos casais chineses não querem ter filhos?
As despesas com moradia e educação tornaram-se os dois fatores econômicos mais importantes que afetam as intenções de ter filhos.
As estatísticas mostram que as despesas de habitação representam a maior parte das despesas de consumo dos residentes. De acordo com a situação do crédito ao consumo de todas as instituições financeiras no final de 2012, os empréstimos individuais para habitação representam cerca de 76, 3% do saldo total do crédito ao consumo, os empréstimos para cartões de crédito 11, 1%, os empréstimos para automóveis cerca de 1, 5% e os outros tipos de crédito ao consumo cerca de 10%.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: ZAKER