A Airbus inaugurou nesta semana uma nova linha final de montagem (Final Assembly Line) para aeronaves da família A320 em Tianjin, cidade portuária no norte da China. A expansão marca os 40 anos de presença da fabricante europeia no país e reforça a tendência de grandes empresas estrangeiras que seguem ampliando seus investimentos na segunda maior economia do mundo.
A nova instalação reflete a confiança da Airbus no mercado de aviação chinês, na estabilidade da cadeia de suprimentos local e no ambiente de negócios do país. A participação da empresa no mercado chinês cresceu de cerca de 20% em 2008 para mais de 50% atualmente, fazendo da China o maior mercado individual da Airbus para aviões comerciais.
“Com a segunda linha de Tianjin, ganhamos a flexibilidade e a capacidade necessárias para atingir nossa meta de montar 75 aeronaves da família A320 por mês até 2027”, afirmou o CEO da Airbus, Guillaume Faury, durante a cerimônia de inauguração.
O projeto foi lançado após um acordo firmado em abril de 2023, durante o encontro dos líderes da China e da França, e teve a construção iniciada em setembro do mesmo ano. A obra foi concluída em ritmo acelerado, o que Faury descreveu como um exemplo da “velocidade chinesa”.
O embaixador da União Europeia na China, Jorge Toledo Albiñana, que participou da cerimônia de lançamento da pedra fundamental dois anos antes, classificou o projeto como um caso exemplar de cooperação entre a China e a União Europeia, destacando o intercâmbio em design, inovação e qualificação técnica.
Além da Airbus, outras multinacionais também estão ampliando sua atuação na China. Em 15 de outubro, o CEO da Apple, Tim Cook, anunciou novos investimentos no país. No dia 14, o CEO da Pfizer, Albert Bourla, informou que 30% da pesquisa e desenvolvimento global da empresa na última década ocorreu na China. No mesmo período, John Waldron, presidente e diretor de operações do Goldman Sachs, destacou que a instituição concluiu operações relevantes de mercado de capitais para companhias chinesas em 2025.
Segundo o Ministério do Comércio da China, o investimento estrangeiro direto efetivamente utilizado somou US$708,73 bilhões nos últimos cinco anos, até junho de 2025. Já um relatório da Câmara Americana de Comércio em Xangai apontou que 71% das empresas norte-americanas no país registraram lucro em 2024, cinco pontos percentuais acima do ano anterior.
Apesar das tensões globais e da reconfiguração das cadeias produtivas, a economia chinesa manteve crescimento constante. O PIB superou as marcas de RMB 110 trilhões, RMB 120 trilhões e RMB 130 trilhões nos últimos cinco anos e deve alcançar cerca de RMB 140 trilhões em 2025. A China continua responsável por cerca de 30% do crescimento econômico global.
Dan Watkins, CEO da J.P. Morgan Asset Management Ásia-Pacífico, classificou a China como um “supercontribuidor” para a estratégia regional da instituição. Ele afirmou que a meta é dobrar os ativos sob gestão na região, chegando a US$600 bilhões nos próximos cinco anos.
Durante encontro com Guillaume Faury em 21 de outubro, em Pequim, o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, afirmou que o país manteve a expansão de seu mercado interno, consolidando-se como o segundo maior mercado consumidor e o segundo maior importador do mundo.
Wang destacou ainda que a China continuará a investir em modernização e em novas forças produtivas de alta qualidade, criando novas oportunidades para empresas estrangeiras, como a Airbus.
Fonte: gmw.cn


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