Empreendedorismo

Xangai inicia operação comercial de robotáxis em áreas centrais da cidade

Xangai robotáxis
Fonte da imagem: Deng Hua/ Xinhua

Xangai iniciou em agosto de 2025 a operação comercial de robotáxis em áreas centrais da cidade, após conceder licenças de demonstração para oito empresas de veículos inteligentes conectados. A iniciativa coloca a metrópole ao lado de Pequim, Guangzhou e Shenzhen como polos de testes e expansão da mobilidade autônoma na China.

Diferente de outras cidades, Xangai exige que companhias de tecnologia se associem a operadoras de táxi tradicionais. Segundo autoridades locais, o modelo busca unir sistemas de condução autônoma a experiência operacional, manutenção e gestão de incidentes do setor de transporte. Além disso, a participação de marcas conhecidas tende a aumentar a confiança do público nos serviços.

Operações em Pudong

A Pony.ai iniciou a operação em parceria com a Jin Jiang International Holdings Co., com atendimento em Jinqiao e Huamu, áreas que concentram escritórios, residências e centros de consumo. O serviço funciona de segunda a sexta, das 7h30 às 21h30, conectando pontos estratégicos como o governo da Nova Área de Pudong, o shopping Lalaport, o Parque Century e a estação de metrô do Estádio de Futebol de Pudong.

De acordo com Jin Jiang, a demanda tem mantido os veículos em circulação por mais de dez horas diárias. A seleção das rotas considerou tanto o tráfego local quanto as exigências do programa-piloto.

Novas parcerias

Além da Pony.ai, empresas como SAIC AI Lab, Utopilot, Apollo Go (da Baidu), Qiangsheng Holding e Dazhong Transportation também receberam autorização. Em Lin-gang, a Qiangsheng e a SAIC lançaram um serviço com 58 pontos de embarque e desembarque. Já em Jinqiao, a Dazhong e a Apollo Go operam veículos sem motoristas de segurança a bordo, cobrindo 25 km² com cerca de 70 estações de parada.

Outra iniciativa conecta o Shanghai Disney Resort ao Aeroporto Internacional de Pudong, operada pela IM Motors em parceria com o SAIC AI Lab.

Estratégia gradual

Segundo a Pony.ai, a escolha de Pudong permite testar a tecnologia em cenários urbanos complexos, com fluxo intenso de pedestres e veículos. A empresa pretende expandir progressivamente a rede, aumentar a frota e adicionar pontos de embarque.

A Dazhong, por sua vez, iniciou testes em 2021, consolidou parceria com a Baidu em 2022 e agora opera em escala piloto. Para a companhia, a combinação entre empresas tradicionais e tecnologia garante transição com menor risco.

Perspectivas nacionais

A China já conta com operações comerciais em cidades como Guangzhou, onde a Pony.ai estreou seu primeiro serviço em 2018. Desde então, a empresa expandiu para Pequim, Xangai e Shenzhen, com autorizações para trajetos totalmente autônomos desde 2023.

Relatório do Goldman Sachs publicado em maio de 2025 estima que o mercado chinês de robotáxis alcançará US$47 bilhões até 2035, frente aos US$54 milhões previstos para 2025. A projeção considera redução de custos de hardware e algoritmos, além da eficiência no uso de frotas.

Especialistas afirmam que a China avança em direção a um ponto de decolagem do setor, favorecida pela escala de dados urbanos e pela diversidade de cenários para treinar algoritmos de inteligência artificial.

Impacto econômico e social

Autoridades locais avaliam que os veículos autônomos apresentam taxas de acidente inferiores às registradas por motoristas humanos. Companhias de seguros já aplicam prêmios menores para veículos sem motorista, sinalizando maior confiança na tecnologia.

O setor também deverá gerar novos postos de trabalho em monitoramento remoto e suporte operacional, mesmo com a expectativa de redução gradual da demanda por motoristas.

Fonte: shanghai.gov.cn