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China recebe Fórum do Sul Global e propõe cooperação em governança mundial

Fórum do Sul Global
Fonte da imagem: Chen Xinbo/ Xinhua

Em 11 de novembro de 2024, São Paulo sediou a primeira edição do Fórum de Alto Nível de Mídias e Think Tanks do Sul Global. Na ocasião, o presidente chinês Xi Jinping enviou mensagem de felicitação destacando a necessidade de união entre os países do bloco para ampliar sua participação no sistema internacional. De 5 a 9 de setembro de 2025, o encontro voltou a ocorrer, desta vez em Yunnan, na China. Participaram cerca de 500 convidados, representantes de mais de 260 instituições de 110 países, além de organizações internacionais e regionais. O objetivo foi discutir a governança global e consolidar uma agenda comum para o desenvolvimento do Sul Global.

Governança global no centro do debate

O fórum ocorreu poucos dias após a apresentação da Iniciativa de Governança Global, lançada por Xi Jinping em 1º de setembro durante a Cúpula da Organização de Cooperação de Xangai, em Tianjin. O tema se tornou central nas discussões em Yunnan.

Os participantes afirmaram que o Sul Global deixou de ser uma maioria silenciosa para se tornar uma força ativa nos assuntos internacionais. Mídias e think tanks foram apontados como instrumentos para fortalecer interesses comuns e ampliar a cooperação.

“Diante de uma encruzilhada histórica, o Sul Global deve construir um quadro unificado e, por meio da cooperação Sul-Sul, liderar uma nova era global”, afirmou Erastus Mwencha, ex-vice-presidente da Comissão da União Africana.

Voz do Sul Global nos assuntos internacionais

O editor-chefe do Centro Internacional de Informação do Turcomenistão, Maksat Gurbangeldiyev, destacou que a presença do bloco cresce em temas como segurança alimentar, mudanças climáticas e reformas financeiras internacionais.

Zhou Ting, diretora do Instituto de Estudos Regionais e Internacionais da Universidade de Comunicação da China, defendeu maior investimento em oficinas, salões de jornalistas e intercâmbios para ampliar a representatividade do Sul Global.

Cooperação em vez de confronto

Outro eixo do encontro foi a defesa do princípio da cooperação. Carlos María Correa, diretor-executivo do South Centre, ressaltou a necessidade de incluir preocupações ambientais e de desenvolvimento humano na agenda comum.

A senadora mexicana Yeidckol Polevnsky afirmou que as iniciativas do bloco podem influenciar a configuração da ordem internacional ao priorizar o diálogo e ganhos compartilhados em vez de confrontos.

Vincent Meriton, ex-vice-presidente das Seychelles, reforçou: “Não somos vozes dispersas, mas um coro impossível de ser ignorado.”

Intercâmbio cultural e “saber do Sul”

A programação também incluiu visitas a patrimônios culturais, como a cidade antiga de Lijiang e o sítio fossilífero de Chengjiang. Para Hassan Mohamed Farah, diretor-geral do Ministério da Informação do Líbano, o diálogo cultural é essencial para transformar coexistência em cooperação.

Durante o fórum, foram apresentados a “Declaração de Consenso de Yunnan”, relatórios de think tanks e novos documentos de cooperação.

Rede de parceiros e exemplos de cooperação

A edição de Yunnan marcou a criação da Rede de Parceiros de Comunicação do Sul Global, que reúne mais de 1.000 instituições de 95 países e regiões. O objetivo é ampliar plataformas conjuntas, compartilhar tecnologias e promover projetos colaborativos de conteúdo.

Iniciativas já em andamento foram lembradas como exemplos de integração, incluindo a ferrovia China-Laos, usinas solares na América Latina e projetos de inclusão digital na África.

“Devemos fazer com que o mundo ouça e compreenda a voz do Sul Global sobre desenvolvimento e cooperação”, afirmou Kampan Pheuyavong, ministro de Comunicação e Cultura do Laos.

Fonte: gmw.cn