A 7ª Exposição China–Países Árabes encerrou-se em 31 de agosto em Yinchuan, na Região Autônoma de Ningxia. Em quatro dias, o evento recebeu mais de 17,8 mil convidados de 50 países e regiões, além de 2.200 associações comerciais e empresas. Foram realizadas mais de 40 atividades oficiais, que resultaram em 331 acordos de cooperação e intenções de contrato, somando RMB 107,7 bilhões. O tema do evento, “inovação, sustentabilidade e prosperidade”, marcou a parceria sino-árabe em um novo ciclo de projetos conjuntos.
Wu Lifeng, diretor do Centro de Transferência Tecnológica China–Árabes, detalhou que a equipe selecionou 1.300 tecnologias de 60 universidades e institutos de pesquisa, filtrou três vezes e apresentou 500 soluções alinhadas ao mercado árabe. Os projetos incluem agricultura sustentável, proteção ambiental, equipamentos inteligentes, novos materiais, inteligência artificial e energia limpa, voltados à segurança alimentar, combate à desertificação, modernização industrial, eficiência energética, economia digital e transição energética.
Nos pavilhões, visitantes acessaram tecnologias como agricultura verde, IA, hidrogênio e sistemas de irrigação inteligente por QR codes, que direcionavam a especialistas e soluções. Durante a abertura, 13 projetos tecnológicos foram formalizados. Entre eles, a técnica chinesa de combate à desertificação “grades de palha” expandirá 30 mil hectares de “oásis” no Egito. Um sistema de mineração remota 5G+IA encontrou parceiros na Arábia Saudita.
Um contêiner inteligente de cultivo hidropônico com automação total chamou a atenção. Li Mengchen, responsável pelo projeto, explicou que cada unidade pode ser instalada em áreas sem solo e que 11 contêineres cabem em um mu, medida chinesa equivalente a 666 m².
Segundo Ma Xuezhong, presidente do Fundo de Investimento Industrial China-Estados Árabes, a cooperação agrícola é a área mais concreta da Iniciativa Cinturão e Rota. Ningxia lidera o Centro de Transferência de Tecnologia Agrícola China-Estados Árabes desde 2015, com demonstrações na Mauritânia, Marrocos e outros países árabes. Tecnologias aplicadas incluem pecuária, cultivo de forragem, sementes de hortaliças e irrigação econômica.
Empresas locais também ampliam sua presença internacional. Pei Zhuoqiang, responsável por uma empresa de sementes de Ningxia, afirmou que o foco vai além da exportação de sementes, oferecendo soluções agrícolas completas. A equipe desenvolve variedades resistentes e nutritivas, adaptadas a condições árabes, como tomates, pimentões e pepinos, com colheitas consistentes na Jordânia, Mauritânia e outros países.
Atualmente, Ningxia realiza cultivos de demonstração de mais de 100 variedades de sete hortaliças na Jordânia, aumentando a produtividade em até 20%. Na Mauritânia, especialistas chineses transplantaram o primeiro embrião puro de bezerro Holandês (Holstein) com taxa de concepção de 45% e testaram 21 variedades de forragem de alta qualidade. Produtos como goji berry, melancia rica em selênio e a ovelha Tan chegaram ao mercado em Dubai em até 36 horas por transporte aéreo refrigerado.
Durante a Expo, foram assinados 66 novos acordos de comércio e cooperação agrícola. A “Iniciativa de Yinchuan do Centro de Transferência de Tecnologia Agrícola China-Estados Árabes” também foi apresentada, com objetivo de expandir internacionalmente tecnologias agrícolas chinesas.
O Escritório Nacional de Propriedade Intelectual da China apresentou mais de 30 patentes verdes e de baixo carbono, alcançando cinco intenções de licenciamento com países como Arábia Saudita e Egito, envolvendo módulos fotovoltaicos, sistemas de armazenamento de energia e irrigação econômica. A Expo lançou ainda o “Resultado da Comparação dos Sistemas de Padronização em Energia Limpa China-Estados Árabes”, que permitirá reconhecimento internacional único de certificações.
A exposição combinou tecnologia e cultura. Robôs de inteligência artificial prepararam panquecas chinesas, e uma interface cérebro-máquina demonstrou novas aplicações. O mercado cultural gastronômico exibiu pratos do Egito, Paquistão, Rússia e Brasil, com apresentações de samba e tambores africanos.
Cerca de 300 mil pessoas visitaram o evento, com vendas próximas de RMB 140 milhões. “Buscamos conciliar público especializado e sociedade em geral, oferecendo ponte de cooperação para negócios e janela de experiência para intercâmbio cultural e educação científica”, explicou Dai Peiji, diretor do Departamento de Comércio de Ningxia.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, afirmou que a Expo serviu de preparação para a segunda Cúpula China-Estados Árabes, prevista para o próximo ano. Ele destacou que a feira consolidou-se como plataforma relevante de cooperação sino-árabe dentro da Iniciativa Cinturão e Rota.
Da Rota da Seda antiga aos avanços em economia digital, energia limpa, inteligência artificial, agricultura moderna e recursos hídricos, a cooperação sino-árabe mostra progresso em inovação e sustentabilidade. Fang Haoming, repórter da TV sino-árabe de Dubai, resumiu: “Aqui, vejo a ciência e a tecnologia da China e as oportunidades do mundo árabe.”
Fonte: chinanews.com.cn
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