Economia

Dados de abril indicam resiliência da economia chinesa diante de choques externos

Resiliência da economia chinesa
Fonte da imagem: Wang Jianhua/ Xinhua

Em 19 de maio, a China divulgou os dados econômicos de abril. O desempenho superou as projeções iniciais e chamou a atenção de especialistas do setor e veículos internacionais, que destacaram a capacidade do país de manter estabilidade econômica mesmo sob pressões externas, como tensões comerciais.

Dois acontecimentos reforçaram essa percepção. No mesmo dia da divulgação dos dados, a Huawei lançou oficialmente um computador com sistema operacional próprio, o HarmonyOS. No dia seguinte, a Xiaomi anunciou a produção em larga escala do XRING O1, chip para smartphones desenvolvido com tecnologia nacional de 3 nanômetros.

Esses movimentos indicam o avanço da indústria chinesa em áreas estratégicas, apesar de sanções e medidas de contenção. A resposta tecnológica reforça a independência do país e ajuda a sustentar seus indicadores econômicos.

Em Yiwu, cidade da província de Zhejiang conhecida pelo comércio de pequenos produtos, comerciantes iniciaram a transição para marcas próprias. A partir deste ano, as lojas coletivas da marca “Chinagoods” começaram a ser exportadas integralmente. Em janeiro, a primeira loja internacional da marca assinou contratos no valor de RMB 120 milhões já no dia da abertura. Em fevereiro, a primeira unidade europeia foi inaugurada em Veneza. Até abril, a Chinagoods havia ampliado o faturamento de mais de 190 marcas locais e firmado parcerias com 11 países.

Além da exportação, empresas de Yiwu têm expandido suas cadeias produtivas para elevar a competitividade. Segundo um comerciante local, “se o produto for bom e tiver mercado, não há com o que se preocupar”.

Esse tipo de iniciativa reflete uma tendência interna que contribui para a recuperação econômica do país. Em abril, o valor total das importações e exportações da China cresceu 5,6% em relação ao mesmo mês de 2023. As exportações avançaram 9,3%.

Produtos com maior conteúdo tecnológico, como os eletromecânicos, seguem em alta. Entre janeiro e abril, as exportações desses itens aumentaram 9,5% na comparação anual.

As empresas privadas também ampliaram sua participação. No mesmo período, o comércio exterior dessas companhias cresceu 6,8%, impulsionado por estratégias de diversificação de mercados.

Esses números indicam um crescimento sustentado por fundamentos econômicos robustos. A China lidera, há 15 anos, o setor manufatureiro global em volume. O país também mantém um dos maiores mercados consumidores do mundo, o que amplia sua capacidade de enfrentar riscos externos.

O governo tem reforçado o ajuste estrutural da economia e estimulado novas fontes de crescimento. A política econômica tem priorizado o fortalecimento da demanda interna, o estímulo à inovação e a construção de um novo modelo de desenvolvimento.

A atuação macroeconômica também influenciou o desempenho recente. Em setembro de 2024, o Comitê Central do Partido Comunista da China lançou um pacote adicional de políticas, o que favoreceu uma trajetória de recuperação ao longo do ano. Medidas recentes, como a redução do compulsório bancário e de taxas de juros, e a ampliação da integração entre os mercados interno e externo, indicam continuidade nesse esforço.

Com essas ações, a China busca consolidar a retomada econômica. Organismos internacionais revisaram para cima suas previsões de crescimento para o país. Executivos de multinacionais passaram a associar o mercado chinês à noção de estabilidade.

Embora o cenário global siga instável, a experiência recente mostra que a China dispõe de bases sólidas, instrumentos de apoio e capacidade de adaptação. O país projeta, assim, manter o ritmo de crescimento nos próximos meses.

Fonte: finance.people.com.cn